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Entidade propõe ações envolvendo torcedores, atletas, dirigentes e torcedores de clubes e seleções de futebol e ampliar a proibição de venda de bebidas em vidro ou latinha em locais de grande concentração popular

O número de casos de importunação e violência sexual disparou no país. No ano passado, foram mais de 32 mil boletins de ocorrências registrados apenas no Paraná, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, aumento de 45% dos casos, no comparativo com 2022. Nos últimos dias, o noticiário nacional e internacional destacou dois casos envolvendo ex-jogadores de futebol brasileiros, condenados por crimes praticados em estabelecimentos de gastronomia e entretenimento e uma mulher assediada dentro de um elevador.

“O momento é muito oportuno, aproveitar que os temas envolvendo importunação e violência sexual estão na pauta, para ampliar a discussão de alternativas e táticas de combate a este tipo de prática”, diz Fabio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), entidade filiada a Confederação Nacional de Turismo (CNTur). A intenção é levar o tema também para dentro dos estádios, uma vez que dois expoentes do esporte estão em evidência.

Fabio Aguayo se solidariza e apoia a manifestação da empresária e dirigente esportiva Leila Pereira e também as cobranças à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para uma manifestação aos crimes praticados pelos ex-jogadores Daniel Alves e Robinho, que já atuaram pela Seleção Brasileira. O primeiro foi condenado a 4 anos de prisão por violência sexual contra uma jovem dentro de uma boate em Barcelona na Espanha, mas poderá cumprir a pena em liberdade mediante o pagamento de uma fiança de R$ 5,5 milhões.

Já Robinho foi condenado na Itália a 11 anos de prisão, por participação em um estupro coletivo dentro de uma casa noturna em Milão. Nesta semana, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) julgou o pedido da justiça italiana e ele já começou a cumprir a pena no Brasil. Outro crime que chamou a atenção nos últimos dias envolveu uma mulher no Ceará, assediada dentro de um elevador.

Do estádio ao torcedor

A Abrabar, que desenvolve há mais de 15 anos uma campanha de orientação e prevenção aos casos de importunação e violência sexual nos estabelecimentos associados, quer levar o tema para dentro dos estádios de futebol. “Encaminhamos ofício para a CBF e também para os clubes paranaenses, em especial o Athlético e o Coritiba, para encamparmos campanhas neste sentido, junto aos torcedores de futebol”, disse Fabio Aguayo.

A intenção é promover ações durante as partidas de futebol buscando sensibilizar desde o torcedor ao atleta e dirigente esportivo, até o torcedor que está assistindo com os amigos nos bares ou no conforto do seu lar. A entidade também planeja um debate amplo e público sobre a questão e o aumento de casos no Paraná.

Em articulação com o mandato do deputado estadual Ney Leprevost (União), será realizada uma audiência ou ciclo de palestras na Assembleia Legislativa. A iniciativa visa preparar não só o setor de gastronomia e entretenimento, mas toda a sociedade, para a Lei Federal “Não É Não!”, que entra em vigor em aproximadamente três meses, destacou Aguayo.

Sem vidro

No último dia do verão, a Prefeitura do Rio de Janeiro baixou um decreto proibindo a comercialização de alimentos e bebidas em recipientes de vidro nas praias do município. A medida inclui os quiosques, barraqueiros e entregadores, que não poderão atender clientes com produtos acondicionados em recipientes de vidro na faixa de areia ou num raio de 50 metros dela, sob risco de terem os produtos apreendidos.

A Abrabar quer aproveitar o gancho para difundir a campanha, já adotada pela entidade e ampliada este ano nas ruas do Largo da Ordem e região central de Curitiba durante o carnaval. “Temos orientado nosso setor sobre os riscos que os vidros representam em caso de confronto generalizado”.

 “Defendemos uma legislação proibindo esta prática em áreas que não tem autorização ou licença de uso, como como vendedores ambulantes no entorno dos estádios de futebol e nas ruas de pólos gastronômicos que não tenham licença ou alvará para uso de mesas e cadeiras”, concluiu Fabio Aguayo. A preocupação é que, sempre onde tem bebida alcoólica, existe o risco das pessoas ficarem alteradas.

Ronildo Pimentel/Asimp

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