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Filhos e filhas

Após termos vivido o grande ápice da nossa fé, a Ressurreição de Cristo, no segundo domingo da Páscoa, celebramos o domingo da Divina Misericórdia. Estamos na oitava da Páscoa, tempo extraordinário para praticar as obras de misericórdia e o perdão, como desejou o Papa Francisco: “que a palavra do perdão possa chegar a todos e o convite a experimentar a misericórdia não deixe ninguém indiferente”.

Somos todos convocados a experimentar e a promover a misericórdia do Bom Samaritano, como nos mostra a Parábola homônima (cf. Lc 10,27-37). Deus nos faz um apelo para que sejamos como Jesus, o Bom Samaritano, por excelência.

No primeiro momento chegam diante de Jesus, e o interpelam: “Senhor, como é esta história de ser salvo e agradar a Deus?”. Jesus diz no que se refere a Deus: “Ame-O de todo coração”. Não é só de coração, é de todo coração, sem ser miséria, sem ser ‘rídico’. Deus quer tudo, inteiro, completo.

Se, de um lado amar a Deus é uma questão de sentimento, também é entendimento. Aqui é impressionante e vale a pena pensarmos, porque, por exemplo, lemos a Bíblia para conhecermos Jesus, pois quanto mais nós nos aproximamos da leitura bíblica, mais nós entendemos Deus.

Ao contrário do que muitos falam Deus não é complicado, o que nos falta é formação, é catequese. Somos confusos na fé, porque achamos que amar a Deus é só uma questão de sentimento e não é só isso. É também uma questão de formação, de estudo, de compreensão.

Muitos dizem que vão à Missa para comungar, também, mas não podemos esquecer que na Missa tem a Palavra. Ir à Missa para comungar é ótimo, mas também para absorver a Palavra, que é uma catequese, e entender porque Deus não quer só o nosso coração, Ele quer nosso entendimento.

Na matéria da fé, temos entendimento da fé? Compreendemos as coisas? Compreendemos o que quer dizer de todo teu coração, toda tua alma? E, tem mais: “toda a tua força e pensamento”. Percebam que amar a Deus é muito mais que sentimento, muito mais que ‘oba-oba’? Tem que haver esforço, tem que haver empenho, requer estudo, requer sempre recolocarmos nossa vontade: “Eu quero amar”.

Segundo ponto, amar o próximo. No texto, o interlocutor de Jesus se esquivou: “Mas quem é meu próximo?”. Às vezes, o vizinho de baixo e de cima do apartamento que talvez tenhamos inimizade. Às vezes, aquele parente que já ajudamos tanto, mas não toma jeito. Às vezes, o inimigo está perto de nós e ele é nosso próximo.

Sejamos sinceros: se pudéssemos escolher nosso próximo e o momento de fazer a caridade seria mais fácil. Entretanto, o próximo se impõe e a necessidade do outro não escolhe horário. O “próximo” não somos nós que escolhemos, é a vida que nos interpõe. Ninguém pode escolher seu “próximo”, é o momento que nos traz. Podemos estar saindo para comprar pão e o “próximo” estar ali entre a casa e a panificadora. Às vezes, o próximo se coloca em nossa vida como se colocou na vida do sacerdote que virou as costas e foi embora, na vida do levita que também passou e não se tocou.

Se hoje somos o Bom Samaritano para alguém, amanhã corremos o risco de necessitarmos de alguém para nos acudir, pois poderemos estar caídos pelas frustrações e lambadas que levamos da vida. Ninguém está imune a isso. Vamos ser sinceros, somos cobrados a cada instante. É uma cobrança atrás da outra, se não nos cuidarmos, dormimos angustiados e acordamos preocupados, porque a vida é assim.

Jesus nos ensina que a compaixão é uma atitude tão profundamente humana quanto divina, por isso, deixemo-nos amar pelo Bom Samaritano e amemos nosso próximo como Bom Samaritano.

Deus abençoe,

Padre Reginaldo Manzotti - padre@evangelizarepreciso.com.br

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