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Com a chegada da estação, aumentam os casos de problemas respiratórios em crianças, enquanto a epidemia de dengue persiste, exigindo cuidados contínuos.

Com a chegada do outono e o início do clima seco, cresce a preocupação com o aumento da incidência de doenças respiratórias, principalmente em crianças. Além disso, em 2024, o país ainda enfrenta uma das piores epidemias de dengue da história, intensificando os cuidados necessários para evitar a propagação. As doenças típicas do inverno, como gripes e resfriados, começam a surgir já no outono, aumentando significativamente os casos de problemas no aparelho respiratório e infecções virais.

A vacinação ainda é a melhor forma para prevenir boa parte das doenças e a campanha da gripe já está acontecendo em todo país. Em Goiás, no último ano, houve avanços significativos na cobertura vacinal. Os números revelam um aumento na aplicação da vacina contra a DTP, que saltou de 65% para 68,5% em relação ao ano anterior. Da mesma forma, a imunização contra a poliomielite e a primeira dose da Tríplice Viral registraram crescimento, passando de 68,5% para 66% e de 82,3% para 82,8%, respectivamente. Esses resultados destacam a importância da imunização para proteger a população contra doenças evitáveis.

Doenças respiratórias

“No outono e inverno, devido ao frio e à seca, costumamos ver mais doenças respiratórias, como pneumonias, crises asmáticas e alergias respiratórias no geral. Já a varicela, por exemplo, é mais comum no final do inverno e início de primavera”, explica a Pediatra Janaína Soares Vieira, do Hospital Mater Dei Premium Goiânia.

Durante o clima frio e seco, os atendimentos hospitalares a pacientes com problemas respiratórios costumam triplicar (em média), sendo a bronquiolite a principal causa de internação. Essa enfermidade é desencadeada pelo vírus sincicial respiratório, podendo levar, principalmente bebês, a quadros de tosse, cansaço e falta de ar, requerendo, em alguns casos, uso de oxigênio e até suporte ventilatório em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).

A baixa umidade é um fator conhecido por agravar os sintomas em crianças com doenças pulmonares preexistentes, como asma ou rinite alérgica. Entretanto, não é a única razão para o aumento do adoecimento das crianças nesta temporada. Outro fator significativo são os vírus, que tendem a circular mais facilmente e infectar um número maior de pessoas, devido às aglomerações em ambientes fechados e mal ventilados, além da mucosa nasal e pulmonar já inflamada pelo efeito da baixa umidade.

 “Podemos prevenir mantendo o cartão de vacina das crianças em dia, evitando aglomerados de pessoas nas épocas de epidemias, fazendo com que as crianças se alimentem adequadamente e tenham uma qualidade de sono adequada, pois tudo isso interfere no sistema imune”, diz Janaína.

Hidratação

Devido ao frio, muitas crianças não sentem tanta sede e, consequentemente, acabam ingerindo menos água do que o recomendado, o que pode causar desidratação. “Os sinais de desidratação mais comuns são percebidos nas mucosas, ou seja, na boca da criança, seca e mais pálida. Além disso, apresenta o olho mais fundo, urina diminuída e o turgor da pele (a preguinha que fazemos com a mão na pele da criança vai estar com uma retração mais lenta). No caso da pele da criança, na época da seca, notamos uma pele mais áspera. São sinais de que está faltando água, ou seja, está faltando hidratação na alimentação da criança ", diz a pediatra.

Cuidados devem ser mantidos

A médica reforça que ainda estamos vivenciando a epidemia de dengue e que a prevenção deve ser contínua. “Esse ano, em especial, de dengue grave, os sorotipos que apareceram foram bem virulentos, com muitos casos de óbito e casos que deixaram o paciente com o nível de plaqueta bem baixo e bastante hospitalização”, lembra Janaína. “Temos que seguir a recomendação do Ministério da Saúde de evitar água parada e acúmulo de lixo. Cada um faz sua parte. Devemos continuar, também, com o uso de repelente nas crianças. A partir de dois meses já existe uma gama grande de repelentes liberados pela Anvisa, que podemos usar nos bebês para evitar que os vetores das arboviroses venham a transmitir doenças”, recomenda.

Como melhorar a imunidade das crianças?

A pediatra reforça que o que vai favorecer a imunidade da criança é, em primeiro lugar, uma alimentação saudável, rica em vegetais, frutas, com bastante variedade de alimentos naturais, de proteínas, carne, ovo, peixe, cereais, arroz, feijão, ou seja, o mais natural possível. “Devemos valorizar muito o sono adequado da criança, o cartão de vacina sempre em dia, seguindo o Plano Nacional de Imunização e também, se possível, as vacinas especiais que estejam fora do calendário do Ministério da Saúde, mas que sejam recomendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria”, orienta Janaína.

Quando procurar ajuda médica?

É fundamental estar atento aos sintomas para evitar levar a criança desnecessariamente ao hospital, evitando a exposição ao contato com outras crianças doentes e a formação de grandes aglomerações de pacientes na espera por atendimento médico - especialmente neste ano, em que os centros de saúde enfrentam um alto número de casos, devido a pior epidemia de dengue da história de Goiás.

Crianças com febre persistente por mais de três ou quatro dias, sem sinais de melhora, prostração, mesmo quando não estão febris, irritabilidade sem causa aparente, cansaço e dificuldade para respirar – caracterizada por respiração rápida e com esforço (afundamento e elevação do abdômen, costelas aparentes, afundamento do pescoço e movimentos nasais como se estivessem tentando puxar mais ar) - ou bebês que apresentam gemidos ao respirar, necessitam de atenção e avaliação médica imediata.

Maria Emilia Calabria/Asimp

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