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Produção Integrada do Arroz é oficializada pelo MAPA, que vai oferecer treinamentos e viabilizar a solicitação do selo de conformidade ao Inmetro. A Embrapa será responsável pela condução da capacitação de agricultores e indústrias de beneficiamento. O arroz ganha agregação de valor ao processo produtivo e o consumidor a garantia da segurança desse alimento, parte da cesta básica do brasileiro.

Após uma jornada de 14 anos, foi publicada há poucos dias pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a instrução normativa que orienta as Normas Técnicas Específicas (NTE) para 13 culturas agrícolas inseridas no sistema de Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil), editada por meio do Plano Agro +. Entre essas culturas está a do arroz, cultura  que é coordenada pela Embrapa, através da unidade de pesquisas de Pelotas/RS, a Embrapa Clima Temperado. A Empresa planeja ações de capacitação para formação de auditores do produto, viabilizando que certificadoras busquem acreditação no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

A NTE Arroz era uma antiga reivindicação da cadeia orizícola, pois permite oferecer arroz e derivados de qualidade aos mercados nacional e internacional. A PIA - passará por uma nova fase: de implementação dessa norma com vistas à rastreabilidade e certificação do arroz. Segundo a coordenadora da Produção Integrada do Arroz (PIA) no Brasil, a pesquisadora Maria Laura Turino Mattos, que é a presidente da Comissão Técnica da PIA, para que esta fase se concretize serão feitos cursos para auditores e responsáveis técnicos de campo e indústria, bem como treinamentos para produtores rurais. O objetivo será preparar os segmentos campo e indústria para solicitar auditorias e obter a certificação e conquistar o selo de conformidade "Brasil Certificado". "O Mapa irá alocar recursos para a Embrapa - 725 mil reais - a fim de que sejam realizados cursos de capacitação para interessados, agricultores e indústrias de beneficiamento, em três módulos", adiantou a pesquisadora.

Segundo Maria Laura, com a oficialização dessa normativa se cria uma expectativa  para que se tenha uma linha de atuação em exportação. "Haverá uma expansão da competitividade tanto para o mercado externo, como no interno", ressaltou a pesquisadora. Segundo ela, há uma Comissão Estadual da Produção Integrada no RS, com participação de várias representações do Estado, que estão trabalhando para motivar novas cadeias agrícolas aderirem a PI e, com isso, viabilizar uma diversidade, de produtos certificados no mercado. " A ideia é que possam existir gôndolas diferenciadas nos supermercados com produtos  que carreguem o selo Brasil Certificado", comentou Maria Laura.

O que muda na produção da cultura do arroz

A NTE Arroz não é recomendação técnica de produção. A Norma serve para verificação dos efeitos das boas práticas agrícolas em empreendimentos orizícolas e boas práticas de fabricação em indústrias. Cabe ao responsável técnico realizar as adequações ao sistema e ao auditor realizar a verificação. Para ser auditor da PIA, profissionais (engenheiros agronômos e agrícolas) terão que fazer o curso de capacitação que os habilitará em PI Arroz. Para ser responsável técnico da PIA, cursos de formação de RTs serão oferecidos em 2017. "A normativa abre um mercado para produtos diferenciados com maior visibilidade e agregação de valor, além de fazer um alinhamento do sistema produtivo às legislações vigentes", completa Maria Laura.

No estado do Rio Grande do Sul já foram desenvolvidos vários projetos e iniciativas de PI com culturas possuídoras de normas como citros, maçã, morango, pêssego e tabaco. Com esta nova instrução normativa serão contemplados o arroz, o trigo, a uva para processamento, amendoim, feijão, flores e plantas ornamentais, tomate de mesa tutorado, gengibre, inhame, taro, graviola, atemóia e pinha.

A Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil)

A Produção Integrada Agropecuária (PI Brasil) é uma forma de produção de alimentos, que garante a segurança do alimento e do meio ambiente onde foi produzido. Ela está focada na adequação de sistemas produtivos para geração de alimentos e outros produtos agropecuários de alta qualidade, mediante a aplicação de recursos naturais e regulação de mecanismos para a substituição de insumos poluentes, garantindo a sustentabilidade e viabilizando a rastreabilidade da produção agropecuária.

De acordo com o secretário-executivo do Mapa, Eumar Novacki, uma das vantagens para o agricultor além de oferecer um produto de alta qualidade ao mercado será em reduzir em até 35%  os seus custos de produção, devido a racionalização do uso de insumos e de boas práticas agropecuárias.

Cristiane Betemps/Asimp/Embrapa

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