Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

As variedades de mandioca da Embrapa para a indústria BRS CS01, BRS 420 e as de mesa: BRS 396, BRS 399 e BRS 429 são resultado de trabalho em conjunto de várias Unidades da Embrapa. Por serem variedades resistentes a doenças, ter boa produtividade e rendimento industrial, a Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense (Copasul), com sede em Naviraí (MS), interessou-se nas ramas quando surgiu a possibilidade de realizar cooperação técnica com a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Unidade da Embrapa com as ramas licenciadas de mandioca para o Centro Sul do Brasil (MS, PR, SP, SC e RS).

Segundo Auro Akio Otsubo, pesquisador e Chefe-Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, nessa região o sistema de produção é mais intensivo e concentra as maiores plantas industriais processadora da mandioca, sendo responsável por mais de 90% da produção nacional de fécula. “Dentro dessa região, uma curiosidade é o estado de Mato Grosso do Sul, onde a mandioca é a 4ª cultura de importância quanto ao valor da produção, abaixo da soja, do milho e da cana, porém à frente do algodão, arroz, feijão e outros”, conta.

Segundo o IBGE (2018), a produção em MS foi de mais de R$ 350 bilhões, equivalente a produção de raiz de quase 722 mil toneladas e 33 mil hectares de área plantada. Mato Grosso do Sul fica atrás do Paraná e de São Paulo e na frente de Santa Catarina.

As quatro variedades da Embrapa já passaram por oferta pública. Vários produtores e biofábricas já adquiriram ramas básicas, que possuem o Renasem (Registro Nacional de Sementes e Mudas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), assim como a Copasul.

Gervásio Kamitani, presidente da Copasul, diz que os atuais materiais de mandioca, em termos de produtividade, da safra 2018/2020 (lavouras de dois ciclos) resultou em 27 toneladas por hectare. “Nossa expectativa, com as de dois ciclos da Embrapa são de 35 a 38 toneladas por hectare [aumento de 40%].

Na safra 2019/2021 (safra de 1 ciclo), estão colhendo com as variedades comerciais 18 toneladas por hectare com uma renda média de 600 gramas. “As produtividades que esperamos ter com os materiais da Embrapa é de 25 a 27 toneladas por hectare, com uma renda de 650 gramas também [aumento de 50%].

Neste ano, vamos multiplicar a campo, já temos alguns lotes mais expressivos e vamos comprovar se serão possíveis estas produtividades”, pondera.

Qualidade das ramas

 “A Embrapa cumpre um papel fundamental daqui para frente como mantenedora das variedades e dos materiais básicos e deverá fazer com que sejam produzidas ramas básicas, assegurando qualidade genética fitossanitária dessas ramas”, diz Marco Antônio Sedrez Rangel, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, lotado na Embrapa Soja, que coordenou o Programa de Melhoramento Genético da Embrapa.

O Chefe-Geral Interino da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato de Oliveira, salienta que “essa é uma cultura relevante para o Brasil, não somente em relação ao consumo interno, mas para produção de ativos passíveis de exportação, e que o desenvolvimento de ações que garantam o desenvolvimento do sistema produtivo da mandioca, proporcionando tanto a manutenção como também ganhos na qualidade e na produção são de fundamental importância”.

Segundo Oliveira, essa interação entre o setor produtivo e a Embrapa tornam possíveis que esses novos materiais disponibilizados sejam efetivamente inseridos no sistema de produção da mandioca, proporcionando avanços que contribuam em toda a cadeia dessa importante cultura.

O pesquisador Rangel esclarece que novas variedades são a demanda número um da cadeia produtiva, mais responsivas “porque a produtividade vinha caindo muito em termos de doença e foi necessário entrar com novas variedades superiores, adaptadas, resistentes, vigorosas (crescem e cobrem o solo rapidamente), tanto as de indústria quanto as de mesa. Se entrar uma doença muito séria que atingir a mandiocultura, a Embrapa tem que ser um dos agentes que vai garantir a entrada de novos materiais no mercado para renovar as ramas, para novas variedades resistentes. É o papel que a Embrapa sabe fazer muito bem”, salienta.

Sílvia Zoche Borges/Asimp/Embrapa Agropecuária Oeste

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.