Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

De três anos para cá, a presença da cigarrinha do milho tem sido mais frequente nas lavouras do Paraná e pode ser um sério desafio para os produtores. A cigarrinha, quando contaminada, é o vetor de doenças denominadas enfezamentos, que podem levar à perda total da lavoura se não houver manejo adequado.

“A cigarrinha é uma praga expressiva. Se aparecer na lavoura tem que ser combatida. Não dá para esperar e observar se está ou não contaminada, pois se alastra rapidamente”, alerta o engenheiro agrônomo e coordenador de tecnologia da Belagrícola, Alexandre Yamamoto.

As doenças transmitidas pela cigarrinha são os enfezamentos causado por bactérias e a “risca do milho” causada por vírus e prejudicam o desenvolvimento das espigas, o enchimento dos grãos, favorecem o apodrecimento do colmo e, consequentemente, o tombamento da planta.

Yamamoto destaca que a fase de combate mais eficaz contra a praga é no seu desenvolvimento inicial, sendo, esta a fase vegetativa, justamente a que grande parte da lavoura do Paraná se encontra. E a melhor estratégia é buscar soluções conjuntas. Uma delas, para evitar o surgimento da cigarrinha, é eliminar por completo o milho tiguera, aquele que nasce sozinho no campo e ali permanece entre as plantas da cultura sucessora, normalmente a soja. A planta pode parecer inofensiva, mas pode estar hospedando doenças que irão atacar o milharal quando começar a próxima safra.

 “É importante entender que a cigarrinha é um inseto exclusivo do milho. Ela nasce e fecha seu ciclo de vida na cultura do milho”, informa Fernando Melatti, coordenador de Difusão e Tecnologia da Belagrícola, reforçando a importância de eliminar as tigueras e apontando para onde é necessário iniciar o combate à praga. “É muito importante que não fique nenhum pé de milho pra trás após a colheita”, sublinha, já que é uma estratégia da cigarrinha permanecer no campo, nessas plantas tigueras, até encontrarem a próxima lavoura de milho. Ou seja: o milho tiguera funciona como uma ”ponte verde”, por onde o inseto atravessa de uma safra para a outra. Foi desse jeito que migrou do centro-oeste e sudeste para o sul do país.

Combate conjunto

Por ter essa característica de passar de uma planta tiguera para outra, as ações de combate da cigarrinha devem ser conjuntas. “Não adianta você eliminar o milho tiguera que fica na lavoura após a colheita e seu vizinho não. A expansão da cigarrinha e a manutenção da doença vão continuar”, observa Yamamoto. O plantio sincronizado e rotação de cultivares tolerantes também podem ter bons resultados, assim como a aplicação de defensivos em horários mais adequados (começo da manhã, fim da tarde ou noturno) e de acordo com a necessidade o uso de adjuvantes.

Além das ações de combate à praga, os especialistas da Belagrícola destacam a importância de preparar a planta, seja ela mais sensível ou tolerante, para que os efeitos do enfezamento sejam minimizados. “É preciso atenção à parte nutricional e proteção das plantas com fungicidas. Percebemos que nas plantas melhor preparadas os danos são reduzidos”, diz Yamamoto. Outras maneiras de amenizar os danos é a adoção de um híbrido mais tolerante; solo bem corrigido e uso de produtos que melhorem o metabolismo das plantas. E claro, o monitoramento constante das lavouras.

Benê Bianchi/Asimp

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.