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A Embrapa e o National Centers for Animal Health (NCAH), vinculado ao Agricultural Research Service (ARS) dos Estados Unidos, acabam de formalizar um acordo de cooperação no desenvolvimento de pesquisas voltadas a um dos principais desafios na área de sanidade animal. As duas instituições estarão envolvidas em estudos que vão contribuir com o diagnóstico e a produção de vacinas eficazes para o controle da Influenza A em suínos. A doença, apesar de ser conhecida e considerada endêmica em suínos em muitos países, preocupa especialistas em função da ocorrência e do surgimento de novas variantes virais que dificultam o controle e o diagnóstico.

A Embrapa Suínos e Aves (Concórdia, SC) lidera projetos na área desde 2005 e a colaboração com o ARS representa a oportunidade de avançar no conhecimento que possibilitará quantificar a evolução genética e antigênica dos vírus que circulam em suínos no Brasil e a sua relação com os vírus da Influenza humana, visando avaliar o risco de transmissão interespécies e para desenvolver abordagens de vacinação racional em suínos.

A formalização do acordo de cooperação foi articulada por Alexandre Varella, coordenador do Labex EUA, e a equipe da Embrapa Suínos e Aves. O recebimento e administração dos recursos financeiros destinados à pesquisa ficará a cargo da Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), que mantém parceria com instituições nacionais e internacionais no apoio à submissão de projetos e prestação de contas às agências financiadoras. “A intermediação do Labex, com a área jurídica da Embrapa, foi fundamental para que a tramitação do acordo fosse agilizada”, disse Rejane Schaefer, pesquisadora da Embrapa Suínos e Aves e líder do projeto.

Transmissão viral

Segundo ela, a influenza em suínos é causa de significativas perdas econômicas na suinocultura. “O vírus provoca uma infecção respiratória aguda, semelhante ao que é observado em humanos”, diz, ressaltando que, em suínos infectados, pode ocorrer redução do ganho de peso, com a necessidade do consumo de antimicrobianos para combater as infecções bacterianas secundárias. A pesquisadora explica que a influenza é uma zoonose e a transmissão viral entre suínos e humanos é bidirecional, ou seja, humanos transmitem o vírus para suínos, assim como suínos podem transmitir o vírus para humanos.

“Por isso, é tão importante avaliar as mudanças (mutações) que ocorrem em vírus isolados de suínos para estudar a evolução da diversidade viral e identificar vírus que apresentem potencial para causar pandemias de influenza em humanos”, afirma. Nas pesquisas desenvolvidas, os vírus de suínos são isolados, é feito o sequenciamento genético, e caracterização antigênica dos vírus frente a um painel de anticorpos produzidos contra o vírus influenza de suínos e de humanos. “Realizamos a caracterização genética viral (pela análise das sequências gênicas geradas por sequenciamento de última geração) e caracterização antigênica (pela análise por cartografia antigênica)”, disse.

Sobre o benefício da colaboração entre as instituições de pesquisa brasileira e norte-americana, Rejane destaca o compartilhamento de reagentes gerados pelo NCAH (painel de soros produzidos contra vírus da influenza de origem humana e suína) para a realização de teste de reatividade cruzada entre os vírus da influenza isolados de suínos no Brasil. “Os dados gerados serão combinados e compartilhados para completar o mapa antigênico e para incorporar os dados brasileiros em uma visão global dos vírus influenza A em suínos”, comenta, lembrando a expertise dos pesquisadores do NCAH em análises de sequências gênicas virais e cartografia antigênica.

Kátia Marsicano/Asimp

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