Ernst Götsch, o criador da Agrofloresta Sintrópica, em Londrina no mês de novembro

As inscrições para o 3º Conexão Agro podem ser feitas na Plataforma Sympla até 20 de novembro; as vagas são limitadas

O suíço Ernst Götsch, o criador da Agricultura Sintrópica, estará pela primeira vez em Londrina, no 3º Conexão Agro - Agrofloresta Sintrópica. Referência internacional, o pesquisador e agricultor ministrará a palestra "Sistema Agroflorestal e Agricultura Sintrópica para produção em larga escala", no dia 28 de novembro, às 14 horas, no Recinto Milton Alcover, no Parque Governador Ney Braga.

Participa como debatedor, o agricultor orgânico, Eduardo Carriça, integrante do Movimento de Agricultores e Inclusão Sintrópica (MAIS). O engenheiro agrônomo, Felipe de Freitas, extensionista da Emater que trabalha com sistema agroflorestal, também fará parte do debate.

Nos dias 29 e 30, Ernst ministra o curso teórico e prático "Sistema Agroflorestal e Agricultura Sintrópica", na sede da Terra Planta Orgânicos, na Fazenda Santa Rosa, em Sabáudia/PR.

A realização do evento é do Conexão Agro com apoio da Terra Planta Orgânicos , Movimento Agricultura Sintrópica (MAIS), Sociedade Rural do Paraná (SRP) e Sindicato Rural Patronal. Inscrições podem ser feitas até o dia 20 de novembro pela plataforma sympla.com.br. As vagas são limitadas.

Palestrante

A agricultura sintrópica é um sistema de cultivo agroflorestal (SAF) que valoriza a organização, integração, equilíbrio e preservação do meio ambiente.

Ernst chegou ao Brasil em 1982 e, dois anos depois, foi morar numa fazenda no sul da Bahia. A área de 500 mil hectares era totalmente improdutiva pelo corte de madeira, cultivo de mandioca sem rotação de cultura, criação de suínos nas baixadas e formação de pastagem com a prática de queimada às margens da estrada que corta a propriedade.

Depois de iniciar o trabalho e desenvolver suas pesquisas na região, a Mata Atlântica na propriedade se recompôs com todas as suas caraterísticas de flora e fauna. Hoje, são cerca de 410 hectares de área reflorestada, dos quais 350 foram transformados em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), além de 120 hectares de Reserva Legal.

Para se ter uma ideia do resultado obtido por Ernst, 14 nascentes ressurgiram e a fazenda que se chamava "Fazenda Fugidos da Terra Seca" recebe, hoje, o nome de "Fazenda Olhos D'Água".

Ernst tem seguidores pelo mundo. O agricultor londrinense, Eduardo Carriça, que trabalha desde 2016 com agrofloresta sintrópica, na Terra Planta Orgânicos, no Norte do Paraná, é um deles.  Ele destaca que o sistema garante produção ao mesmo tempo em que recupera o ambiente.

"O Ernst conseguiu organizar um sistema em que é possível produzir muito alimento ao mesmo tempo em que o ambiente é recuperado. Para nós, o pesquisador é uma inspiração. Uma luz no fim do túnel. Ele mostrou uma forma real da gente fazer agricultura. Não só respeitando esse ambiente, mas agregando vida, trabalhando em sintonia com o meio ambiente. Uma agricultura realmente sustentável, que vai muito além da agricultura orgânica que a gente fazia", destaca Eduardo Carriça.

O agricultor diz que o contato com os ensinamentos de Ernst mudou completamente a produção na Fazenda Santa Rosa, em Sabáudia.

"Temos esperança e confiança de que um dia vamos ocupar a fazenda toda com agrofloresta. Fazendo com que seja rentável, recuperando o ambiente pelo uso, ou seja, sustentabilidade de fato, na prática mesmo. Além da nossa produção, que hoje está com foco em café, frutas, hortaliças e madeira, investimos metade do nosso tempo em ensinamentos sobre agrofloresta. Podemos dizer que somos seguidores do Ernst e também replicadores dos ensinamentos dele, afirma Carriça.

O agricultor diz ainda que é possível a produção em alta escala em sistema agroflorestal, o que Ernst irá abordar em sua palestra e curso.

"Porém, a gente tem muitos desafios. Nós precisamos do desenvolvimento de tecnologias em maquinários para que a agricultura agroflorestal sintrópica avance. O Ernst, inclusive, já desenhou muitas delas e está acompanhando esse processo. No curso, iremos usar um maquinário desenvolvido pelo Ernst, que economiza tempo e combustível, com menor impacto ao solo. Esses são os ensinamentos do Ernst, que serão mostrados nesse curso inédito em Londrina", revela Carriça.

Vera Barão/Asimp