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O Instituto de Desenvolvimento Rural é resultado da junção da Emater, Iapar, Codapar e CPRA e tem o desafio de entregar um serviço com mais qualidade à agricultura paranaense.

Já se passou um semestre desde que o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater foi criado (Lei 20.121, de 31/12/2019). Nesses mais de 200 dias, o IDR-Paraná se consolidou, mesmo em meio a uma pandemia, como entidade de referência no meio rural. Unindo quatro instituições (Emater, Iapar, CPRA e Codapar), o IDR congrega a excelência da pesquisa, da assistência técnica e extensão rural, do fomento e da agroecologia.

Com o desafio de entregar um serviço com mais qualidade ao agricultor paranaense, o instituto proporcionou que pesquisa e extensão tivessem maior proximidade. “Quando unimos essas duas áreas, levamos a visão conjunta ao campo e mantemos as especificidades de cada função, pesquisador e extensionista. Isto fortalece o acompanhamento das necessidades do meio rural”, diz Natalino Avance de Souza, diretor-presidente do IDR-Paraná.

Segundo ele, a extensão leva para a pesquisa as novas prioridades e a pesquisa consegue ser mais assertiva naquilo que é necessário ser desenvolvido. “A pesquisa leva para os extensionistas as inovações. A contribuição é mútua. Todos ganham. Os avanços chegam mais rápido ao campo”, afirmou. “O signo do instituto é o da articulação: articular para dentro para ter qualidade nas soluções, articular para fora para ser assertivo e atender às necessidades. O que nós queremos é evoluir, também, na criação de um ambiente mais integrado”, acrescentou.

Os quatro organismos que deram origem ao IDR têm histórico de contribuição relevante para o processo de interiorização do Estado, em geração de conhecimento, disponibilização de tecnologia para os agricultores e orientação técnica. “A nossa história reúne um processo consistente de desenvolvimento rural”, assegura Norberto Ortigara, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, à qual o instituto está vinculado.

De acordo com ele, o IDR veio para modernizar e potencializar os serviços rurais. “Com a pandemia, alguns dos objetivos iniciais precisaram ser adiados, contudo estamos conseguindo ter eficácia administrativa, reduzindo aluguéis, definindo estratégias e reposicionando o conjunto dos servidores para exercer suas novas funções. Essas ações nos preparam para realizarmos importantes movimentos no futuro, como a contratação de novos pesquisadores e a renovação do quadro de extensão”.

Iintegração

Trabalhando em conjunto, os órgãos encontram melhores estratégias para atuar com os agricultores. Quem garante que tudo isso vai funcionar e trazer resultados mais amplos é a Diretoria de Integração Institucional, criada junto com o IDR. “Nosso maior desafio é mesclar as culturas institucionais e integrar as pessoas”, diz o diretor Rafael Fuentes Llanillo.

Além da conexão interna, a diretoria vai provocar um melhor relacionamento com a sociedade. O IDR já trabalha, nesses primeiros meses, na criação de conselhos, como o Conselho Consultivo Estadual e os Conselhos Consultivos das Mesorregiões. Este tempo foi dedicado a formar as equipes, que vão articular a extensão e a pesquisa em cada região.

“Queremos um planejamento estratégico de pesquisa e extensão e um programa de desenvolvimento rural. Para isso, vamos contar com o apoio de sindicatos, universidades, associações, empresas de assistência técnica privadas e outras. Isso também irá colaborar para criarmos uma sensação de pertencimento do IDR”, diz o diretor.

Pesquisa e extensão

O sonho de quem trabalha com o meio rural é oferecer ao agricultor um serviço completo. E quando pesquisa e extensão se juntam, o modelo de gestão de projetos e resultados proporciona uma assistência técnica qualificada.

Para Nelson Harger, diretor de Extensão Rural do instituto, as demandas dos agricultores estão cada vez mais complexas. “Para construir soluções, temos que unir as áreas, levar acesso à informação de maneira mais rápida e isso só é possível com transferência de tecnologia mais qualificada e melhorando as entregas”, afirma.

“O agricultor tem uma necessidade que depende da pesquisa. Mas o contato direto dele é com o extensionista. Agora, o papel da extensão é levar ao pesquisador o desenvolvimento de uma nova solução já com a sua visão e a experiência de quem vive o dia a dia do produtor. Então, pesquisador e extensionista trabalharão juntos e gerarão entregas mais assertivas”, diz Harger.

Este resultado depende do fortalecimento e da ampliação da integração entre as duas áreas. A diretora de Pesquisa e Inovação, Vânia Moda Cirino, conta que esta integração pode proporcionar a transferência de conhecimentos e tecnologias para o agricultor e promover, dessa forma, o desenvolvimento rural sustentável.

“A gestão eficaz e eficiente assegura um contínuo monitoramento das entregas; o atendimento contínuo das demandas dos sistemas produtivos, delineando estratégias para a busca de soluções inovadoras; o incentivo para trabalhos em rede, fortalecendo e ampliando parcerias, reguladas por meio de contratos e convênios; e, finalmente e não menos importante, desenvolve produtos tecnológicos competitivos, visando ao aumento da captação de recursos”, diz. Esses recursos podem gerar renda ao produtor e ao próprio instituto.

Negócios

Quando se melhora a integração entre pesquisa e extensão, também é possível articular negócios e buscar parceiros. Atualmente, um terço do Produto Interno Bruto (PIB) paranaense vem do agro. Isso significa que pode gerar negócios, portanto é uma oportunidade a ser aproveitada. O IDR nasceu também com esse objetivo.

O diretor de Negócios, Altair Sebastião Dorigo, reforça que o IDR uniu instituições que já eram referência naquilo que faziam. Os projetos podem ser ainda mais valorizados quando se criam estratégias de mercado. “O IDR tem autonomia para ser mais forte. Por isso, precisa consolidar sua área de engenharia e logística, criando projetos para municípios, capacitando profissionais internos e externos para a criação desses projetos, qualificando ainda mais a classificação do que se exporta pelo Porto de Paranaguá, aumentando o critério para a auditoria dos trens e caminhões de soja, assim como a análise da merenda escolar”, explica.

O IDR também trabalha para criar o certificado de propriedade, que vai avaliar sustentabilidade. “O mercado exige cada vez mais a agroecologia, a agricultura sustentável. E, por isso, esse certificado vai analisar o manejo correto, a conservação do solo, o Manejo Integrado de Pragas (MIP), o Manejo Integrado de Doenças (MID) etc. O instituto está atento a isso e trabalha para se tornar moderno no assunto”, acrescenta o diretor.

Além de gerar negócios, a instituição se mantém ativa na comercialização de materiais propagativos, na fiscalização de royalties, na negociação com cooperativas e, também, na comercialização de tecnologias com variedades de sementes, grãos e publicações. E, para se comercializar, é preciso, antes, pesquisar e criar.

“Mesmo com alguns contratempos gerados pela pandemia, a pesquisa não parou nesses sete meses de IDR. Nós continuamos com 139 projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. A safra de verão foi finalizada e se iniciaram as atividades de pesquisa e de produção de sementes das espécies de inverno, como o trigo, triticale, aveia e centeio”, ressalta a diretora Vânia Cirino. “Também lançamos quatro cultivares de acerola e, em breve, novas cultivares de café, mandioca e feijão serão registradas para cultivo. Além disso, 15 novas propostas de pesquisa foram elaboradas pelas equipes dos programas estaduais, voltadas ao desenvolvimento sustentável, envolvendo parcerias com instituições públicas como Itaipu Binacional, Universidades, dentre outras”.

O fortalecimento dessas parcerias reflete na imagem do IDR no meio urbano. “Precisamos saber o que busca consumir quem mora na cidade. Não podemos ficar focados apenas no interior. Além disso, os grandes centros urbanos também podem proporcionar projetos que gerem renda a pequenos produtores em suas áreas rurais. E também não podemos esquecer que o IDR é responsável desde o desenvolvimento de uma semente, o seu plantio, o acompanhamento do seu crescimento, a colheita, a entrega e toda a logística de um alimento que vai virar merenda para os alunos da rede estadual de ensino”, destaca Harger.

O IDR participa do esforço conjunto do Estado de implantar a alimentação orgânica em todas as escolas públicas paranaenses até 2030.

Pessoas

A estrutura do instituto só funciona bem porque há um corpo técnico preparado. “Nosso grande desafio nesse primeiro semestre foi reconstituir o grupo de servidores de todos os órgãos, acomodar a estrutura, readequar as unidades, entre outras adaptações, para garantir a redução de 40% em cargos de comissão e em 28% em despesas, como era a previsão na criação do IDR. Estamos ainda nesse processo, amadurecendo novos procedimentos, redigindo regimentos, visão, valores, organizando os times das novas diretorias para garantir que todos se sintam parte de um único órgão e não mais de quatro”, frisa Diniz Dias Doliveira, diretor de Gestão Institucional.

Para o futuro, este processo deve continuar, além de consolidar a criação e a organização das sete mesorregiões, em que o Estado foi dividido, com o objetivo de facilitar a integração de pesquisa e extensão e sua comunicação com a sede, em Curitiba. “O IDR dividido em mesorregiões, com as suas atribuições, permitirá que cada uma construa um uso mais harmônico das suas potencialidades”, explica o diretor.

AEN

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