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A produção de flores aumenta no Paraná, impulsionada por pequenos produtores familiares, que adotam o cultivo integrado com outras culturas. São produzidos, principalmente, crisântemos, rosas, orquídeas e grama para jardinagem. A Emater apoia os produtores, indicando as melhores práticas de cultivo. 

Em Marialva, no Noroeste do Estado, produtores optam pelas rosas como integração com a soja ou em substituição à uva. A cidade responde por 85% da produção de rosas no Estado. Em Uniflor, na mesma região, são produzidos 64% dos crisântemos do Paraná. Em Maripá, no Oeste, cidade em que a psicultura é a principal atividade, produtores passaram a plantar orquídeas. Londrina, no Norte do Estado, é município principal produtor de grama. 

A receita da floricultura paranaense, medida pelo Valor Bruto da Produção (VBP), cresceu 17% em 2014 em relação a 2013, chegando a R$ 115,2 milhões, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Entre 2005 e 2014, a receita do setor cresceu 89%. 

O aumento é impulsionado pelo consumo. Mesmo com a crise econômica, o brasileiro está comprando mais flores. O gasto médio por habitante é de R$ 26,68, segundo o Instituto Brasileiro de Flores (Ibraflor). “Ainda há espaço para crescimento no consumo no Brasil”, diz Paulo Fernando de Souza Andrade, engenheiro agrônomo do Deral que acompanha o setor. “Há 15 anos, o consumo per capita era de R$ 10,00 por ano. Em alguns países esse índice chega a R$ 100,00 por ano”, diz ele. 

ROSAS - O mercado brasileiro de flores e plantas deve encerrar 2015 com um crescimento de 8%, chegando a R$ 6,1 bilhões. Não há estatísticas por Estado, mas a região Sul representa 20% da produção nacional. 

Em Marialva foram produzidas 288,6 mil unidades de rosas em 2014, que foram vendidas, em sua maioria, pelos próprios produtores em cidades como Maringá, Londrina, Cascavel, Paranavaí e Campo Mourão. “Cerca de 90% da produção está nas mãos de produtores familiares, que abastecem pequenos mercados”, diz Ailton Rojas Poppi, técnico da o Instituto Emater em Marialva. Atualmente são 35 produtores. 

De acordo com Poppi, a Emater trabalha no apoio à produção, indicando as melhores práticas para manejo para melhorar a qualidade da flor e da comercialização. 

A Emater em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM), Unicesumar, a Uningá e a Associação Comercial e Industrial de Maringá (Acim) iniciaram um estudo para fazer um diagnóstico da cadeia do setor na região, que poderá ser a base de um plano de apoio para o segmento. 

As rosas são o principal negócio do produtor Claudinei Aparecido Zanin, que há cinco anos substituiu a uva pelo cultivo de flores. São produzidas 1,2 mil dúzias por mês. 

Além da rosa, ele planta gérberas, que são vendidas em Maringá e Londrina, principalmente. “Quando comecei com as rosas, estava endividado e com problemas por conta do baixo custo da uva. Hoje minhas contas estão em ordem. Não me arrependo de ter investido nas rosas. Elas me dão um retorno rápido”, diz ele, que trabalha no setor com a esposa. 

ORQUÍDEAS -Em Maripá, município de 6 mil habitantes, o cultivo de orquídeas começou em 1993, a partir de uma campanha com os estudantes para amarrar plantas de orquídeas nas árvores espalhadas pela cidade. Era uma homenagem à emancipação da cidade. 

A prática se popularizou e hoje são 12 produtores, responsáveis por 46% da produção paranaense. Em 2014 foram 86,3 mil unidades de orquídeas. A principal feira de Maripá, que reúne produtores de peixes e orquídeas, e que ocorre todo ano em agosto, chega a atrair 30 mil pessoas. 

O produtor Osmar Dobler tem a produção de orquídea integrada com soja, milho e pecuária. “Mas a nossa maior área hoje é de orquídea”, diz ele, que, em situações normais, alcança uma rentabilidade de até 30% com a flor. “Para o pequeno produtor ganhar com a soja é mais difícil, porque a soja tem margens menores e exige mais produção”, afirma Dobler, que também é vice-presidente da Associação dos Produtores de Orquídea do município. Com uma estufa de 3 mil metros quadrados, Dobler vem ampliando sua produção em 20% ao ano, graças a maior produtividade com o uso de clones e tratos culturais. 

A produção de grama, mais concentrada em Londrina, no Norte do Paraná, também vem crescendo. Em 2014, a receita foi 22% superior ao do ano anterior, com um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 77,8 milhões. Desse total, 16% foram cultivados em Londrina. De acordo com a engenheira agrônoma Cristina Celia Krawulski, da Emater em Londrina, o aumento das grameiras foi estimulado pela construção de condomínios residenciais da cidade. A produção de grama está concentrada em pequenos proprietários e até mesmo assentados. Em um dos mais antigos assentamentos da cidade, o Pari Paró, três famílias se dedicam à produção de grama, junto com a produção de hortaliças. Londrina produziu 3,2 milhões de metros quadrados de grama em 2014. 

AEN
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