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No dicionário da língua portuguesa, uma das explicações do que significa a palavra “dedicação”, é a de uma pessoa afetuosa, que tem atenção e está empenhada em cuidar de algo ou alguém. Pode não parecer, mas acredito que essa introdução é importante para a compreensão final da história que vou contar logo a seguir.

No dicionário da língua portuguesa, uma das explicações do que significa a palavra “dedicação”, é a de uma pessoa afetuosa, que tem atenção e está empenhada em cuidar de algo ou alguém. Pode não parecer, mas acredito que essa introdução é importante para a compreensão final da história que vou contar logo a seguir.

O fato é que, a alguns anos atrás, viajei até o interior de Minas Gerais para acompanhar o trabalho das unidades de saúde que autorizam pacientes com necessidades muito especiais a serem cuidados em casa, pelas famílias e responsáveis. E se você não sabia que é possível dar atenção à saúde dentro de casa, com ajuda de profissionais de saúde, acredite, existem equipes especializadas em ações como reabilitação, prevenção e até cuidados mais complexos. Foi aí que conheci dois garotos com “fome de viver” e suas famílias.

Primeiro, eu cheguei até a casa do Glauco, que na época tinha oito anos. Um moleque sorridente que gostava muito de jogar futebol e videogame com o irmão. O Glauco nasceu com uma insuficiência respiratória e, por isso, precisa da ajuda de um respirador artificial. Desde seu nascimento ele teve de ficar internado no hospital... E por quase dois anos foi o único lugar por onde ele viveu sem nunca ter saído uma só vez, até que a família recebeu autorização para continuar seus cuidados médicos em casa. Parte seria o empenho dos pais e a outra parte as visitas diárias de médicos para ver como ele estava sua saúde.

Depois fui até a casa da Fernanda, a humilde senhora que é mãe do Luiz, na época com 10 anos. Ela me contou que sua gravidez fora normal e o menino nasceu com 38 semanas. Mas depois, ele não pôde mais sair do hospital por ter um problema respiratório. O diafragma, que é o músculo que ajuda nos movimentos de respiração, sofreu uma paralisia. O garoto passaria o resto da vida precisando da ajuda de aparelhos para respirar. Foi o começo de uma luta intensa. Dois anos e oito meses em que o Luiz viveu no hospital sem, também, nunca ter saído até receber permissão para ser tratado em casa, morando com a sua família.

Eu sei que esses exemplos de vida podem parecer tristes logo de início, mas se você analisar mais atentamente as histórias – ou pudesse ver a alegrias dos garotos e suas famílias – vai conseguir entender melhor que todos estão mais felizes. Ninguém gosta de ficar em hospitais, muito menos de morar em um. Permanecer em um lugar desses é uma questão de necessidade em favor da vida.

Mas por que o significado da palavra dedicação, ali no começo da crônica? Simples! Para que as pessoas sejam beneficiadas com cuidados em casa, junto de suas famílias, é preciso uma grande mobilização entre os profissionais de saúde, a família e a justiça. Sim, a justiça, pois nesses casos, o poder judiciário trabalha em conjunto com os profissionais de saúde para garantir a melhor assistência aos pacientes que retornam ao lar, para que eles sejam bem cuidados e tenham tudo que necessário para ter qualidade de vida.

Então, a dedicação é um puro gesto de amor com uma pessoa que já está em uma situação difícil, precisando de cuidados especiais. A dedicação é o que move os médicos e especialistas em saúde para tratar de pacientes em casa; é o que faz advogados e juízes conseguirem acordos especiais para os pacientes ficarem com os entes queridos; e é o que faz as famílias aprenderem a cuidar de quem não pode fazer isso sozinho, muitas vezes aprendendo a operar equipamentos que são a fonte de vida para essas pessoas, doando toda a energia dentro de si para fazer a vida da pessoa querida um pouco melhor. Nesses casos, a dedicação é o que traz felicidade, é o que faz a vida acontecer!   

Janary Bastos Damacena/Agência do Rádio

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