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A contabilidade eleitoreira aponta existirem 14 partidos em oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Mas quando são chamados a assumir compromissos, como a participação em manifestações pelo impeachment, que se pretende realizar no próximo sábado, dia 2 de outubro, só restam o PT, o Psol  e o PC do B pois o resto, teoricamente oposicionista, pode até comparecer mas não tem tanta convicção. O objetivo é ir às ruas busca arregimentar forças para pressionar o presidente da Câmara, deputado Arthur Lyra, a colocar em pauta um dos requerimentos pelo afastamento do chefe do governo. Os ditos oposicionistas de centro alegam falta de consenso de seus militantes sobre as ações a desenvolver e – importante citar -  têm dúvidas sobre que lucro político ou institucional teriam ao participar nessa empreitada.

Diante do número de manifestantes que Bolsonaro  levou às ruas em seu apoio, no 7 de Setembro, ficou difícil arregimentar atos na direção contrária. Principalmente porque os partidos possuem interesses diversos e muitas vezes falam contra o governo só por não terem encontrado espaço debaixo do guarda-chuva situacionista. Isso ocorre, entre outras razões, pela existência de 35 partidos oficialmente instalados e mais de 70 criados e com pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral. São mais de cem tendências que dificilmente se aglutinarão e, por serem pequenas, também não farão frente aos grandes. Mas garantem as polpudas verbas públicas dos discutíveis e esbanjadores fundos partidário e eleitoral.

É um traso o caminho intolerante e muitas vezes irresponsável que a política brasileira vem trilhando. Narrativas simplistas e sabidamente enganosas – de que afastar Dilma foi golpe, que Bolsonaro é golpista, genocida, que necessitamos viver num regime militar e outras – servem apenas para tumultuar a vida nacional. Em vez de sustentar essas inverdades e tentar colocar defeito nos adversários, os políticos de todas as tendências deveriam dar o seu melhor pela solução dos problemas nacionais. Não devem gastar suas energias e tempo para engendrar ações destinadas a impedir os governos de trabalhar e, com isso, tentar aparecer bem na fita para as próximas eleições. Independente de quem seja e a que partido seja filiado, o presidente, os governadores e os prefeitos deveriam ser mais poupados e respeitar mais seus adversários para, com isso, não tumultuar a tarefa de governar. Isso não quer dizer fechar os olhos a irregularidades, mas apurá-las com a devida discrição e sem a mobilização popular previa, deixando que o povo, uma vez informado de fatos concretos, exerça livremente sua indignação.

A malfadada disputa permanente, pouco importando quem sejam os atacantes e os atacados, é instrumento contra a Nação. Principalmente quando busca incendiar o povo para qualquer das direções. Em vez de montar essas campanhas de desgaste do adversário, todos os políticos e seus afins deveriam se debruçar sobre os problemas comunitários e na busca das soluções. Sem rompantes, agressões ou sofismas. Essa atitude diminuiria a ótica de inutilidade que o povo nutre em relação à classe política e, nas medida em que fossem resolvendo as questões, seus abordadores certamente receberiam o reconhecimento popular e, até, votos nas próximas eleições.

A prática política dos últimos anos sufocou e convulsionou o meio. Deslustra os eleitos e atrapalha a vida nacional, que requer trabalho e não o debate ácido e permanente entre ocupantes de postos importantes e seus adversários. Não se esqueçam que política é a arte de convivência entre os diferentes. Bem explorada, pode levar a melhores dias. Mas como se tem feito no nosso sofrido Brasil, conduz à desagregação e ao sofrimento geral. Acordem, senhoras e senhores. Deixem de ser destrutivos e procurem atuar construtivamente...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br   

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