Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Mais uma vez o país perde seu tempo discutindo democracia. A fala do impetuoso Carlos Bolsonaro (“por vias democráticas a transformação que o país que não acontecerá na velocidade que almejamos”), levou aliados e adversários seus e do seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, a pronunciamentos de reafirmação democrática. Mais do que falar contra ou a favor do regime político, é importante agir em busca da solução para os graves problemas vividos pelo país. O regime democrático é unanimidade, embora hajam visões diferenciadas a seu respeito. Os governos temerários que nos levaram à crise, usaram seu discurso e ação para enfraquecer o poder do Estado, dar ao povo visão equivocada de direitos sem deveres e até  nivelar por baixo o aprendizado da população que, por isso, possui hoje muitos diplomados que não sabem o que fazer do diploma e continuam vivendo em dificuldades até maiores do que a vivida antes da formação.

Democracia, antes de tudo, deve ser a tônica do equilíbrio. O Estado não pode ser opressor, como nas ditaduras, mas não deve ser fraco e permissivo a ponto de não poder cobrar a obediência ao ordenamento jurídico e aos interesses públicos, coletivos e até individuais. O Estado Democrático de Direito, para cumprir sua finalidade, tem de se fazer presente exigindo de todos o respeito às normas vigentes e, principalmente, evitando que o direito de uns exorbite e invada a área de interesse de outros.

Se desde a reaquisição da democracia – marcada historicamente em 1985 com a saída dos militares do poder – os governantes e lideranças políticas e sociais tivessem trabalhado pelo fortalecimento democrático, não teríamos vivido os escândalos que abalaram a economia e conspurcaram a administração pública e as lideranças políticas. É importante lembrar que, mesmo sendo hoje catalogado como ditadura, o período 1964-85 foi considerado democrático pelos seus operadores. Eles diziam alto e bom som que só assumiram o poder para evitar que o país caísse numa ditadura do proletariado. O triste é que os emergentes de 1985 não mudaram em nada a sua antiga concepção político-ideológica e, na última eleição, uma das motivações para a escolha do atual presidente foi evitar que o país pudesse mergulhar novamente na esquerda e, como se diz ultimamente em função da crise do vizinho país, “transformar-se numa Venezuela”.

Os participantes da cena política, independente de sua tendência, têm o dever de lutar para que a democracia se consolidada, elimine os vícios que a colocam sob risco e todos os brasileiros tenham condições de viver melhor num país integrado à pluralidade mundial, sem os cacoetes que tanto tumultuaram o passado. Direita e esquerda são simples figuras de retórica política. O que precisamos é de um regime sólido e com as instituições em pleno funcionamento. Se isso não for conseguido, é lógico, que a ruptura será inevitável...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.