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Independente de tender para a esquerda, direita ou centro, a polarização é um cancro na política brasileira. Pouco se importando com racionalidade, honestidade, decência ou princípios, os radicais agem cegamente em busca dos seus objetivos, nem sempre confessáveis. Enganam o povo, especialmente o eleitorado. Os lideres autoritários mistificam sobre tudo, até em questões terminantemente comprovadas.

Criam versões e, com elas, tentam manchar a imagem de adversários, governantes e desafetos em geral, buscando impedi-los no cumprimento de suas tarefas. Parlamentares enganosos, contrariados em seus objetivos e ganas, buscam o caos e, negando a própria representação recebida no voto popular, recorrem à Justiça tentando obter aquilo que não conseguem pelo dialogo, ação política ou votacão nas casas legislativas. E o pior é que setores judiciais de diferentes níveis lhes dão guarida e, com isso, apequenam a estatura do Poder Judiciário que, para bem servir à democracia e às instituicões, deveria se cuidar melhor para manter sua condição nata de último bastião da sociedade.

Um dos resultados desse rumo obscuro da política brasileira é o aumento gradativo do desencanto do eleitor. A cada eleição é maior o volume de abstenções e votos brancos e nulos. Grande parcela do eleitorado perdeu o apreço e o respeito pela classe e não se sente por ela representada. Há, inclusive, o senso geral de que o Congresso brasileiro é operado por 20 líderes, parte deles sem mandato, que fazem dos parlamentares seus meros figurantes. Isso sem falar dos espalhafatosos que, com suas enormes tempestades em simples copos d’água, conseguem repercussão midiática, mas gozam de respeito igual ao que na floresta desfrutaria um felino sem unhas nem dentes.

Na segunda-feira, 1°de fevereiro, veremos a escolha dos novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. É a oportunidade concreta de mudanças. Oxalá os eleitos sejam cônscios de sua importância e responsabilidades e mais lúcidos e sinceros que os cessantes. Capazes de levar o Congresso a produzir mais, deixar de travar as reformas de que o país tanto necessita e a abandonar o caricato aspecto de picadeiro circense que os polarizados têm imposto à maioria silenciosa ou acovardada. Que o Poder Legislativo, berço de onde vieram os outros poderes de República, recupere sua altivez e representatividade.

Precisamos do parlamento ativo, fiscalizando o governo, promovendo o aperfeiçoamento das leis e lutando pelo interesse dos brasileiros. Devemos relegar ao passado o tempo das barganhas, dos mensalões, petrolões, eletrolões e outros lamentáveis episódios que conduziram a classe política à delinquência e emporcalharam o ambiente onde ela atua. Bom será o dia em que a sociedade tiver motivos para novamente confiar nos seus políticos e deles se orgulhar. Mas, para isso, é preciso expurgar os errantes, especialmente os que tudo fazem para imobilizar o governo e, por consequência, impedir que os interesses da população se concretizem. Que a parcela sensata de deputados e senadores seja a grande vencedora dessa super segunda-feira, e Deus salve o Brasil...

Em tempo: a nefasta polarização não se dá só em nível federal. Também ocorre nos estados e municípios. Seus impatrióticos praticantes têm de, alguma forma, ser contidos, pelo bem geral da Nação.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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