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Ao olharmos para Maria, facilmente descobrimos que sua vida é uma verdadeira escola de virtudes. Escolhida por Deus e preservada de toda mancha do pecado, em previsão de sua maternidade divina, Maria é saudada pelo Arcanjo Gabriel como a cheia de Graça (cf. Lc 1, 28). Nessa graça reside a grandeza de sua beleza, sua santidade e todas as virtudes.

O Catecismo da Igreja Católica (CIC), ao ensinar sobre as virtudes, afirma que elas são uma disposição habitual e firme para fazer o bem, ou seja, a virtude é o que permite à pessoa escolher e praticar atos bons, oferecendo o melhor de si. Essa disposição habitual na Virgem Maria é para nós um modelo, uma escola de santidade. Pois, além dessa propensão natural, Maria soube, em cada etapa de sua vida, acolher o dom divino e desenvolver com o seu sim todas as virtudes que a tornaram apta para o cumprimento de sua grande missão materna.

Dentre todas as virtudes de Maria, uma, à qual podemos nos deter em vista deste tempo em que vivemos, é a segunda virtude teologal: a esperança. Pela esperança, confiamos com a plena certeza de alcançarmos a vida eterna. Nesse sentido, Maria é o modelo mais sublime de alguém que soube nutrir em sua alma a virtude da esperança. Ainda que fosse a mãe do Filho de Deus, estando ela na terra, também esperava obter permanentemente a visão beatífica do Céu.

A esperança de Maria tem suas raízes no povo de Israel, ao qual ela pertencia, e sempre foi fiel às promessas de Deus. Por um grau elevado nessa virtude, devido à graça de ser a mãe do salvador, Maria possuía uma esperança completamente singular e inabalável.

Foi por meio dessa virtude que a Virgem Maria se manteve segura, na esperança de que Deus lhe concedesse todos os meios necessários para cumprir com a sua missão de Mãe do Salvador. A esperança sustentou Maria em suas maiores provações, colocando-a com firmeza no cumprimento da vontade de Deus.

Vemos, por exemplo, sua atitude esperançosa diante das angústias de seu esposo, São José, quando não podia explicar o inexplicável (cf. Mt 1, 18-19). Verificamos também que na fuga repentina para o Egito, a fim de salvar seu filho das ameaças de morte, foi a esperança que sustentou toda a família de Nazaré (cf. Mt 2, 14-18). E foi motivada pela esperança que Maria, nas bodas de Caná, recorreu ao seu filho confiantemente, pedindo que socorresse aqueles noivos do vexame de uma festa mal planejada (cf. Jo 2,1-11).

A virtude da esperança na Santíssima Virgem Maria é manifesta principalmente no seu completo abandono em Deus. Exemplo desse abandono foi o momento do calvário onde, mesmo passando pela maior de todas as dores, ao ver seu Filho amado sendo cruelmente crucificado, Maria manteve firme a sua esperança. E foi justamente pela virtude da esperança que Maria permaneceu de pé (cf. Jo 19, 25), esperando contra toda  a esperança, ela acreditou (cf. Rm 4, 18). E porque acreditou e teve esperança, não ficou decepcionada, pois a esperança não decepciona (cf. Rm 5, 5).

Como bons alunos dessa escola de virtudes, que é a Santíssima Virgem Maria, aprendamos com ela a virtude da esperança, pois essa virtude nos manterá de pé diante dos piores flagelos. A esperança nos fará enxergar que o sofrimento não é a resposta final. Com esperança, iremos além do sofrimento, e “alcançaremos” o Céu!

Bruno Antonio de Oliveira é missionário da Comunidade Canção Nova.

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