Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

A eleição do libertário Javier Milei – que promete um governo à direita e com menor interferência do Estado – representa uma guinada à Argentina, país detentor da segunda economia do continente. No curto período da campanha, os argentinos tomaram conhecimento e aceitaram a pregação do candidato que, entre outras coisas, pretende dolarizar a economia e fechar o Banco Central. Milei venceu com 55% dos votos contra 44% de Sérgio Massa, o candidato apoiado pelo governo do presidente Alberto Fernandez, que representa o peronismo e o kirchnerismo, seu controverso sucessor. A diferença (de 11 pontos) representa 3 milhões de votos que, dependendo do desempenho do novo governo, poder á sepultar o peronismo, que governou o vizinho país de 1946 a 55 e de 73 a 74, ano em que morreu seu líder, Juan Domingo Perón  Seus sucessores continuaram carregando seu cadáver e até agora estão no poder mas, pelo resumo da obra do mandato que se encerra, notadamente a inflação anual de 140% e a política estatizante perderam o apoio popular (e a eleição).

A Argentina foi o pais mais rico da América do Sul e perdeu essa posição por conta do populismo e outros problemas políticos. Sofreu ditaduras e repressão. O povo argentino, politizado que é, já chegou até a derrubar um presidente no panelaço (Fernando de La Rua, em 2001). Mas, nem assim recuperou a estabilidade política e econômica. Milei encontrou terreno fértil para propor mudanças radicais e, com esse proselitismo, ganhou a eleição. Agora promete uma nova Argentina.

Torcemos para que o presidente Fernandez possa fazer uma transição pacífica e que, a partir de 10 de dezembro, quando tomar posse, Milei consiga implementar seus planos de recolocar o país na rota da estabilidade e do desenvolvimento. Evite os radicalismos que têm levado aquela potente nação a problemas que fazem o povo sofrer. Nós, brasileiros, não devemos ignorar que a Argentina é grande parceira do Brasil, cliente de nossos produtos manfaturados e fornecedora de mercadorias que importamos. E que temos em comum o Mercosul, mecanismo econômico que já poderia ter rendido melhore frutos, não fosse a política dos países-membros e suas interferências ideológicas c omo, por exemplo, a admissão da problemática Venezuela.

Espera-se juízo do sr. Milei – para não decepcionar os seus eleitores – e ter um mandato útil aos “hermanos”. Sua eleição, além da governança que deve proporcionar, é um grande balde de água fria sobre a estapafúrdia idéia lançada em 1990 no Foro de São Paulo, de se criar a URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina), , nos moldes da antiga União Soviética que, apesar de toda a força que teve, esfacelou-se como bloco. É um duro golpe aos que ainda sonham com o comunismo.

O Brasil tem pecado ao meter seu bico nas eleições argentinas. Jair Bolsonaro falou contra a eleição de Alberto Fernandez, que se elegeu. Lula enviou marqueteiros e deu seu apoio explicito à candidatura de Sérgio Massa, que acaba de perder. Já trocou farpas com Milei. Mas, gostando ou não, ambos precisam respeitar a tradição, a geopolítica e os interesses econômicos dos dois países. Torcemos para que se contenham e administrem as diferenças para evitar prejuízos às nações. Quanto a Lula, particularmente, somos de opinião que deve voltar suas atenções para governar o Brasil (o que é sua obrigação) e não t ente interferir em guerras, políticas externas e eleições de outros países. Se já tivesse adotado esse comportamento, hoje não teria “perdido” a eleição na Argentina e nem arrumado divergências nas guerras Israel-Hamas e Rússia-Ucrânia. Por favor, presidente, o queremos governando nosso Pais. Todo o resto é dispensável...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)  aspomilpm@terra.com.br - aspomil@uol.com.br

* Os textos (artigos) aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do GRUcom -  Grupo União de Comunicação (Jornal União/Portal www.jornaluniao.com.br/Rádio e TV Jornal UniãoWeb).

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.