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Nesse momento, em que o Ministério da Saúde prevê começar na próxima terça (ou quarta-feira) a vacinação contra a Covid-19, surge a notícia de que o governo proibirá ou pelo menos não incentivará a compra de vacina por empresas que pretendam imunizar seus funcionários e familiares. Tal posicionamento, porém, carece de melhor reflexão. Em nada prejudicaria (até poderia ser benéfica) a ajuda do empresariado na tarefa imunizadora que o governo chama integralmente para si. O importante é que a vacina chegue ao destinatário com a maior brevidade, pois disso depende a baixa da transmissão e até a extinção do vírus e de suas conseqüências. Evidente que, mesmo no ambiente empresarial, a vacinação deve ser iniciada pelos grupos prioritários (idosos, portadores de comorbidades e profissionais expostos a riscos, como os da área da Saúde) e não podendo ser a droga vendida pela empresa aos seus colaboradores. Lógico que, da mesma forma que a vacina pública, a empresarial só deve ser autorizada com o emprego de fórmulas aprovadas e licenciadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Se as empresas puderem imunizar seu pessoal, diminuirá a demanda à vacinação pública e esta poderá proteger um maior número de indivíduos em menor tempo. Essa celeridade repercutiria positivamente porque, conforme o conhecimento já disponível, todo o vacinado, mesmo que volte a ser infectado pelo coronavírus, será em menor gravidade. Exemplifica-se que, em vez de ter de ficar internado, poder ser entubado e até ir à morte, o reinfectado pós-vacina teria apenas os sintomas já enfrentados nas fortes gripes e resfriados que já o acometeram ao longo da vida e poderá se isolar em domicilio, ingerindo medicamentos básicos para amenizar os sintomas até que o ciclo virótico termine. É por isso que muitos especialistas dizem que, independente do percentual de imunização, devemos tomar a primeira vacina que chegar perto do nosso braço pois, com qualquer uma das que estiverem aprovadas pelo órgão de controle, estaremos mais protegidos do que aqueles que não se vacinaram.

É de se esperar que os governos – federal, estaduais e municipais – não criem embaraços para as empresas que pretendem vacinar seus colaboradores e familiares. Em vez de obstaculizar, União e Estados deveriam diligenciar junto aos prefeitos para, com sua liderança e  proximidade que têm aos empresários de suas cidades, incentivem-nos a vacinar sua equipe de trabalho. Isso poderá ser o passaporte para chegar mais rápido à normalidade e  à cessação dos prejuízos trazidos pela pandemia. Uma iniciativa assim jamais poderá ser vista como concorrência e nem um meio de “furar a fila”, desde que no seu ambiente cada empresa obedeça a escala de vacinados prioritários constante do Plano Nacional de Imunização. Essa ação deveria ser encarada como de  caráter social e profilático e, por isso, os custos sejam bancados pela empregadora, vedada a possibilidade de repassá-los aos vacinados pois, com isso, poderia transforma-se em operação mercantil e até oportunidade e lucro através da pandemia. A vacina  fornecida a preço de custo – sem lucro comercial e de atravessadores – pode ser um excelente investimento para qualquer empresa que quer manter seus negócios.

Pensamos que oportunizar a vacinação pelas corporações traz mais benefícios do que possíveis dificuldades. Principalmente porque em nada interefe no programa público de imunização. Só pode ajudar na medida em que assume a responsabilidade pela proteção de significativa parcela da população...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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