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De repente, antifas, nazistas, fascistas, esquerdistas, direitistas e outros estereótipos de oportunidade, cuja maioria dos militantes nem sabe exatamente o que significam, passaram a povoar vias públicas e o noticiário brasileiro. Ruidosos, desobedientes civis e por vezes vândalos, pregam abertamente o impeachment do presidente, de ministros do governo e dos tribunais superiores e outras ações que seus ardilosos orientadores engendram. Os contrários os confrontam e a polícia tem de separar a briga. Nada mais enganoso do que os rótulos oportunistas criados para desestabilizar ou sustentar governo e outras instituições. Os que dizem lutar pela democracia são os mesmos que no passado pregaram a ditadura do proletariado e a ela continuam simpáticos. Quando classificam o presidente Jair Bolsonaro como fascista, ignoram que apesar do que pensam foi ele eleito democraticamente e não tem razões para dar o golpe, pois já está no poder e sempre que tem oportunidade reafirma seu respeito à Constituição.

O clima polarizado, que não baixou desde a campanha eleitoral de 2018, é o responsável pela produção de declarações inconvenientes vindas de todos os lados. A constelação de esquerda que perdeu a eleição sustenta teses enganosas e tenta se vitimar desde que classificou e insiste que o impeachment de Dilma Rousseff foi um “golpe”. Provocados, governistas se permitiram a declarações polêmicas como as que especulam a possibilidade de fechar o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. E o próprio Judiciário, cuja função básica é garantir a Constituição e o império da lei, fica sob fogo com seus integrantes sendo acusados de atitudes incompatíveis e, principalmente, de invadir nas atribuições do Executivo e Legislativo. Todos dizem agir pela democracia, mas acabam colocando-a em xeque.

A atuação de grupos de pressão é um perigo. Pode projetar os acontecimentos a patamares que não interessam a nenhum dos contendores, inclusive revelar novos “Adélios” que com suas facas ou outras armas colocariam a prêmio a vida de importantes lideranças. O melhor a fazer nesse instante é todos cumprirem suas obrigações de ofício e não inovar. Se fizerem apenas isso, contribuirão  para a estabilidade nacional e levarão o país a melhores dias. A continuarem os confrontos entre grupos, militantes e até autoridades constituídas, a única alternativa que sobra é a ruptura, mesmo com o STF decidindo e advertindo que as Forças Armadas não constituem poder moderador. Isso todos sabemos, inclusive os próprios militares. Mas, num quadro de convulsão, mesmo que não queiram, só restará aos fardados, como último bastião, a opção de tomar conta dos órgãos institucionais, manter as instalações a salvo e em funcionamento mínimo até o encontro da nova solução constitucional. Assim é em todo o mundo e, sem dúvida, se aqui ocorrer, será um inconveniente retrocesso, que precisa ser evitado.

Para defender e manter a democracia, é preciso acabar o confronto e a mistificação. Se impeachments têm de ocorrer, que sejam requeridos tempestivamente e no foro adequado. A desordem nas ruas só pode agravar o quadro. A situação de hoje precisa da atuação de verdadeiros bombeiros. Jamais dos incendiários que irresponsavelmente circulam pelas ruas e, até, pelos corredores oficiais. Pensem nisso, enquanto é tempo... 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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