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O ocorrido no sábado (10) com o investigador de policia Eduardo Chang - que limpava o carro na porta de sua casa no Butantã (SP) e foi morto com um tiro na cabeça disparado por três assaltantes que chegaram de bicicleta - infelizmente é fato corriqueiro. Abandonados à própria sorte, jovens enveredam pelo crime e, no lugar de assistência aos carentes e punição aos que já se tornaram delinquentes, os demagogos caçadores de votos assim como os sonhadores e interesseiros defensores dos direitos humanos exclusivos aos marginais, fizeram o desarmamento da população, criaram obstáculos para se manter criminosos na cadeia e, na contramão de tudo o que há de bom-senso, ainda fazem intensa campanha pelo enfraquecimento da instituição policial. Parece até ignorarem que policiais e vítimas, como indivíduos, também são credores de direitos humanos. Os matadores de Chang, talvez nem soubessem de sua condição de policial. Portanto, nesse caso, não deve  tratar-se de retaliação, outro mal que se tornou comum.

Não fossem as câmeras de segurança, os três matadores do investigador  estariam inteiramente cobertos pelo anonimato. Isso ocorre muitas vezes ao dia na pratica de diferentes crimes de variadas magnitudes, que nem sempre são registrados. Com as imagens colhidas, a polícia remonta a cena do crime e busca identificar e capturar os autores.

Há mais de duas décadas, temos defendido a instalação e sistematização de câmeras de segurança. Falamos sobre o tema desde o tempo em que os equipamentos eram raros e caríssimos. Mas nem o barateamento gradativo desse material foi capaz de levar a uma implantação sustentável. Ainda não tivemos uma "decisão de Estado" quanto aos sistemas integrados de monitoramento onde a produção das câmeras seja matéria-prima observada em tempo real e, em vez de patrulhamento aleatório, viaturas e policiais sejam deslocados diretamente aos pontos de distúrbio, sempre que possível antes da concretização do crime.

As câmeras "inteligentes", de longo alcance, dotadas de informações sobre veículos e até com reconhecimento facial, precisam ser aproveitadas na defesa à vida. Até hoje serviram apenas para arrecadação e segurança setorial de terminais e outras instalações. Se todas carrearem seus dados a um sistema integrado, esse conjunto será capaz de produzir melhor defesa aos cidadãos e à sociedade. Seria interessantíssimo que os atuais candidatos a prefeito (e até os vereadores) colocassem o sistema de câmeras em seus programas de governo e atuação. Sabemos que as polícias não têm pessoal em numero suficiente para abrir todos os postos que se pede. Mas a presença de câmeras tende a fazer um serviço melhor, porque permanecem vigiando os locais durante as 24 horas do dia, a um preço muito menor. O ideal seria as prefeituras instalarem o sistema e franquear acesso à população, no mesmo molde do sistema de vizinhança solidária, que já funciona em algumas localidades.

No dia em que isso for realidade, ocorrerão menos crimes, como o que vitimou Eduardo Chang, e muitas vidas serão poupadas...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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