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As eleições de 2022 já estão nas ruas. Além da desairosa politização da Covid-19, que não chegou a proporcionar benefícios a boa parte dos seus praticantes, principalmente porque a pandemia se faz presente e ninguém ainda pode colher o louros de tê-la vencido, observa-se a ocorrência da reacomodação partidária. O governador Flávio Dino, do Maranhão, trocou o nanico PC do B – onde militou por 15 anos - pelo mais viável PSB e mira na candidatura ao Senado. O polêmico deputado Marcelo Freixo saiu do Psol e também busca no PSB o espaço para concorrer ao governo do Rio de Janeiro. Em São Paulo, Geraldo Alckmin – que já governou o Estado por  13 anos - na conclusão do mandato do falecido Mário Covas, de quem foi vice-governador, e depois em três mandatos próprios – se prepara para deixar o PSDB, onde em 2018 concorreu à presidência da República – para filiar-se ao DEM ou ao PSD e candidatar-se a um quarto mandato de governador. Possivelmente tenha de enfrentar o governador João Dória, seu algoz ente os tucanos, que pelas recentes decisões partidárias, dificilmente terá a vaga tucana de candidato à presidência da República e sua opção será a tentativa de reeleição.

Os bastidores políticos enfrentam atividade febril em busca de definições. Alguns governadores, como o gaúcho Eduardo Leite, lançam balões de ensaio para a indicação de candidatura à presidência e aquela parcela de políticos que não se alinham com a direita de Jair Bolsonaro e nem com a esquerda de Lula – insistentemente indicado como candidato apesar da fragilidade de sua situação – tenta construir a terceira via. Uma tarefa difícil na exata medida da polarização política que vivemos desde a época em que o governo de Dilma Rousseff sofreu o impeachment e o Partido dos Trabalhadores foi atingido pelas denúncias de corrupção que – é bom lembrar – envolvem políticos de muitos dos 30 e poucos partidos com registro no quadro político-eleitoral nacional.

O incômodo clima de disputa eleitoral permanente – com direito até às manifestações de rua, motoceatas, carreatas, cavalgadas e outras – pró e contra o presidente Jair Bolsonaro, o fazem cada dia mais candidato à reeleição. De outro lado, Lula é o trunfo do PT que, se conservar sua elegibilidade, jogará aquela que poderá ser a sua ultima cartada política, cujo resultado, ninguém minimamente isento pode, hoje em dia, prever. A única certeza é que já vivenciamos um momento de acomodação político-eleitoral e quem não estiver articulando sua posição desde já corre o risco de ficar sem espaço nas eleições do próximo ano.

O que não se verifica nesse momento é o entusiasmo do eleitorado. Evidente que existe aquele mínimo de simpatizantes – talvez 30% para um lado e outros 30% para o outro, e os outros 40% do centro fragmentados ou indefinidos. Um complicador é que não se vê ninguém combatendo a apatia que levou aos altos números de abstenção, brancos e nulos das ultimas eleições. Há, ainda, a questão do voto obrigatoriamente impresso, que poderá se transformar em lei mesmo contra a vontade da Justiça Eleitoral, mas sugerida e trabalhada pelo presidente da República.

Ainda falta um ano e quatro meses para as eleições – de presidente da República, governador, senador e deputado (federal e estadual). Mas, quem não estiver atento desde já correrá o risco de ser eliminado do processo...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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