Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Desafortunadamente, já foi produzido o primeiro cadáver das eleições de 2022. Ainda faltam três meses e meio para a votação, a campanha só começará no dia 16 de agosto e nem candidatos ainda existem (eles serão escolhidos nas convenções partidárias, de 20 de julho a 5 de agosto) mas já se registra grande volume de desinteligências e até crimes no entorno das disputas. O ocorrido em Foz do Iguaçu (PR) é o resultado de uma briga. A vítima, petista, dediciu comemorar seu aniversário com os amigos e entre bandeiras do partido. Foi desafiada pelo bolsonarista que passava pelo local e tudo ocorreu. Apesar do ambiente, cabe às autoridades policiais, que apuram o fato, di zer se tem (ou não) motivação político-eleitoral. Só as vinculações políticas dos envolvidos e serem antagônicos não basta; é preciso apurar o nexo causal e a real participação de cada um no evento.

É prematuro qualificar o crime como político antes do conhecimento de sua dinâmica e particularidades. Erram os que, oportunisticamente, colocam o fardo nas costas de seus adversários eleitorais. Essa atitude, além de injusta e indevida, serve para atirar mais lenha à imensa fogueira em que se transformaram as disputas eleitorais,. O perigo aumenta e outras mortes poderão acontecer.

Em vez de tentar produzir culpados e motivação, os torcedores, tanto de um lado quanto do outro, fariam melhor se fossem confortar a familia da vitima e ajudá-la a atravessar esse momento dificil. Seria mais justo, ético e humano. A família, que pode ou não ter o mesmo posicionamento e até a militância do morto, certamente está sofrendo de alguma forma com a sua ausência. Pode até enfrentar dificuldade alimentar, caso fosse ele o mantenedor. Os verdadeiros companheiros (e até os não companheiros) deveriam ver isso. Será que alguém já foi lá?

As eleições constituem um momento especial para todo aglomerado humano. Transcendem até ao regime democrático, pois também são úteis fora da política e até em regimes fortes e centralizadores, pois constituem o momento em que o povo é chamado a opinar e até decidir. É por isso que se classificam como acontecimentos cívicos. No Brasil, que ao longo da história republicana já viveu muitos golpes e contragolpes, esse importante instituto popular foi se amoldando aos interesses dos grupos dominantes de cada época. É por isso que existe limitação de gastos próprios em campanha, vagas exclusivas para mulheres, pedido de cotas para minorias, exigência de ficha limpa dos candidatos e outros requisitos tipicamente brasileiros.

Nem todos os regulamentos e restrições apensados à legislação eleitoral conseguiram nos garantir campanhas e eleições pacíficas. Segmentos usam sofismas e mistificações para potencializar as possibilidades próprias e minimizar as dos adversários. E, com isso, o ambiente fica cada dia mais perigoso. Já presenciamos a facada em Bolsonaro na campanhade 2018. Agora estamos prestes a entrar novamente em campanha presidencial com uma dezena de candidatos, inclusive o próprio Bolsonaro e Lula, que polarizam. É necessário organização e método para que todos saiam vivos.  Para esse ano não dá mais tempo, mas é absolutamente necessária a reforma eleitoral para tirar da legislação e do sistema os casuí ;smos, favorecimentos a grupos e as “jabuticabas” (existentes só no Brasil) que fazem do nosso processo eleitoral único em todo o mundo. Só assim será possível, um dia, termos eleições pacíficas e representativas... 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br  

* Os textos (artigos) aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do GRUcom -  Grupo União de Comunicação.

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.