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Levantamento do Conselho Federal de Medicina constatou o que milhões de brasileiros sentem na pele todos os dias: falta atendimento médico para boa parte da população. Segundo o estudo, enquanto a média é de 5,1 médicos para 1.000 habitantes no Distrito Federal, o número cai drasticamente para 1,07 médico a cada 1.000 pessoas no Pará. De uma forma geral, faltam mais profissionais nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

O levantamento do CFM mostra que entre os principais motivos para a ineficaz distribuição destes profissionais no país está a má gestão da saúde pública. Muitos ressaltam a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) na pandemia e, de fato, todos os profissionais de saúde envolvidos nesse processo necessitam do nosso reconhecimento e respeito.

Por outro lado, a pandemia também evidencia a péssima qualidade da gestão da saúde pública no Brasil. Nesse sentido, o estudo do Conselho Federal de Medicina reforça a necessidade urgente de se implementar a boa governança neste segmento, sempre essencial para o bem-estar da população.

Sem inciativas que orientem as diretrizes da boa governança do serviço de saúde, todo esforço no combate ao coronavírus pode não surtir o efeito que todos esperam. Um exemplo: O Ministério da Saúde informou que contratou mais de 6 mil profissionais de saúde desde o início da pandemia. A distribuição desses profissionais segue o modelo atual ineficiente ou há planejamento adequado, direcionando-os às regiões de fato necessitadas?

O direcionamento parece simples, mas não tem sido colocado em prática. Por mais que seja difícil de acreditar, em plena pandemia, com o número de mortes e de infectados crescendo a cada dia, temos hospitais recém-construídos que ainda não funcionam devido à falta de médicos.

Já passou da hora de o SUS ter melhor gestão e realmente oferecer saúde de qualidade para todos os brasileiros – em qualquer lugar do território nacional. São urgentes e necessárias as ações em prol do planejamento, organização e capacitação dos atores envolvidos na administração pública. Sem isso, não vamos avançar. E com o risco de mais vidas perdidas.

Antonio Tuccílio, presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP)

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