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A pandemia da covid-19 veio alterar o cotidiano a que estávamos habituados, incluindo a forma como vivemos o desporto e principalmente o futebol.

O PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu comenta o tema sob a sua perspectiva e as alterações mais evidentes.

"A ausência de torcida, o silêncio nos estádios, a falta de incentivo e estímulos dos torcedores para os jogadores, a ausência do calor humano, tudo isso afeta o psicológico dos jogadores negativamente já que estavam adaptados a um outro cenário. Por mais que crie novos fomentos de estímulos para motivar os jogadores, o subconsciente não esconde a realidade vivida, unificada a essa atmosfera sombria em que vivemos. ", inicia.

O neurocientista aborda a importância dos estímulos e em como toda a carga emotiva e condicionantes mentais interferem em todo o esquema.

"Os jogadores são movidos pelos estímulos, não só da vitória e da meta para o título, mas há também o estímulo de momento. Estímulos de meta não são os mesmos de momento, que podemos até chamá-lo de empolgação. Adrenalina, noradrenalina, dopamina, ocitocina, GABA, acetilcolina, glutamato, endorfina, serotonina, todos esses neurohormônios estão envolvidos na vontade e desempenho dos jogadores e um grito de torcida é um estímulo imediato que pode ser determinante no impulsionamento de cada instante do jogador. ", esclarece Abreu.

A competência das equipes e o seu desempenho decaiu largamente e esse fenômeno pode ser observado em vários campeonatos do mundo.

"Vimos o Flamengo campeão brasileiro, mas com um desempenho abaixo, mas que sobressaiu pelo elenco muito acima dos demais, em Portugal vimos o Sporting com um elenco sem nomes famosos ganhar o campeonato que não ganha há 19 anos. Nas cinco melhores ligas europeias, segundo o "ranking" UEFA, apenas na Alemanha é que o campeão lidera o campeonato nesta fase, com o Bayern de Munique. Na Espanha vemos o Atlético de Madrid com uma vantagem confortável para os rivais Barcelona e Real Madrid. Em Inglaterra, o Manchester City, na França o Lille, na Itália Inter de Milão. ", argumenta.

Segundo Abreu, a ciência pode ajudar a explicar todos estes fenômenos e em jeito de conclusão ele deixa uma questão:

"Será que ainda há dúvidas que a torcida faz uma diferença enorme? A Neurociência explica. Se eu fosse presidente de um clube, contrataria neurocientistas-biólogos ou neurocientistas-psicólogos para cuidar da motivação do grupo."

Raphael Lucca - MF Press Global

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