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O Evangelho de hoje fala do encontro de Jesus com os saduceus, grupo de pessoas que não acreditavam na ressurreição do Senhor. E então fazem a pergunta: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão. Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. Também o segundo e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. Por fim, morreu também a mulher. Na ressurreição, ela será esposa de quem?” Jesus responde, de forma simples e profunda, que na eternidade não existirá a necessidade de nos casarmos, pois todos seremos irmãos.

O amor entre um homem e uma mulher é profundo, assim como o amor de uma mãe para com um filho e o de irmão para irmão também são profundos. O vínculo fraterno também é muito forte, um amigo sincero é aquela pessoa que consegue nos “acessar” por inteiro; tenho a sensação de que a amizade antecipa a eternidade. Todo vínculo, até entre marido e mulher, precisa passar pelo vínculo fraterno, precisa haver um laço de amizade, assim como esse sentimento é necessário na relação entre mãe e filho. Porque o vínculo fraterno é o mais definitivo, talvez porque seja o mais livre. Esse amor nos mostra o que é eterno.

Você continua amando seu filho como mãe; o marido continua amando a mulher com o amor esponsal, e o amor materno e paterno não nos são suficientes após experimentarmos as outras formas de amor, pois precisamos nos amar fraternalmente.

Jesus poderia ter se casado, mas escolheu doar-se aos outros. Os padres não se casam por três motivos. O primeiro é cristológico, Cristo não se casou; o segundo é eclesiológico, pois somos servidores da Igreja; e o terceiro é escatológico. O padre e a freira fazem a opção pela castidade e vivem, aqui na terra, o que um dia viverão no céu.

Como padre, preciso amar o mundo, declarar que sou amigo da humanidade. Eu escolhi fazer da minha existência uma vida de dedicação. Eu o escolhi livremente, para ensinar com minha vida que nasci para ser para o outro. Eu escolhi ser amigo da humanidade.

Nunca na minha vida eu escutei esta frase: “Eu sou obrigado a ser seu amigo!” Não, eu não sou obrigado a ser seu amigo, mas escolho ser seu amigo. Nós não escolhemos os amigos, eles acontecem na nossa vida. E no lado de um verdadeiro amigo não vemos o tempo passar. O homem mais pobre é aquele que não tem amigos.

Quantos amigos você tem? O amigo de verdade nasce no momento que construimos a ressurreição. Nós precisamos de amigos, para suportar o limite da vida, precisamos de amigos para suportar a existência.

Não perca tempo! Faça amigos! O verdadeiro amor fraterno é aquele que deseja para nós aquilo que Deus quer.

Quando amamos e somos amados de forma fraterna conseguimos antecipar a eternidade. Permita-se ser amigo do seu filho, de seu marido, porque, na eternidade, não haverá mais vínculo de marido e mulher, de pais e filhos, quando chegarmos ao céu seremos todos amigos irmãos.

Pé na estrada e fé em Deus, pois é na estrada que encontramos os verdadeiros amigos.

Transcrição e adaptação: Elcka Torres

Padre Fábio de Melo - Sacerdote da Diocese de Taubaté – SP

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