Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Bruno e Renata estavam namorando há mais de três anos. Gostavam de sair juntos, viajar e principalmente ir às festas da cidade. No final de semana aconteceria o baile à fantasia e Bruno teve uma ideia diferente para aquela noite.

- Cada um vai sozinho ou com os amigos ao baile e lá a gente se encontra. Mas não podemos saber qual fantasia iremos usar. Só no baile iremos descobrir.

Renata concordou com a ideia, mesmo achando a brincadeira um tanto sem graça. Enfim o baile, antes, porém, Bruno fantasiado de Zorro, com uma capa preta, espada de plástico e máscara no rosto participou da concentração na casa dos amigos enchendo a cara com direito a cerveja, uísque e porradinha de pinga. Renata também se preparou para o baile na casa de suas primas, fantasiada de Mulher Gata com uma máscara no rosto com direito a orelhinhas e rabinho de gato. Ela não precisou beber muito, com alguns goles de Cuba Libre já estava bastante alterada.

Bruno chegou ao baile trançando as pernas:

- Preciso encontrar Renata!

Olhou a multidão em sua volta.

- Mas antes vou beber uma dose.

Renata chegou ao baile causando furor na rapaziada que miava para a menina.

Bruno não encontrava Renata, mas encontrava uma tenista, uma bruxinha, uma Mulher Maravilha...

Renata não encontrava Bruno, mas o Rastafári não parava de fazer propostas indiscretas em seu ouvido.

Bruno agora tentava unir forças com a She-Ra para combaterem o mal e se darem bem.

Renata estava cercada pelos anões que juravam amor eterno à menina que não era a Branca de Neve.

Num estalo Bruno que dançava funk com uma índia lembrou-se:

- Preciso achar a Renata!

Renata parou de rir ao ver um palhaço lhe oferecer flores e lembrou:

- Preciso encontrar o Bruno!

No outro dia Bruno foi até a casa de Renata com a cabeça ainda dolorida pela ressaca. Renata havia tomado aspirinas, sal de frutas e muita água para ver se o porre da noite anterior passava logo.

- Foi legal o baile, não é Renata?

- Adorei... Nunca me diverti tanto.

- Sorte que nos encontramos no final para namorarmos um pouquinho – Lembrou Bruno.

- Foi muito bom – Suspirou Renata.

Um pequeno silêncio é quebrado pelo elogio de Bruno:

- Você estava linda naquela fantasia de Colombina. Eu não fiquei bem de Zorro?

Pausa de Renata... Um breve momento de ódio contido e depois um pensamento confuso para si mesma: “Mas ele não estava de Batman?”

Rodrigo Alves de Carvalho nasceu em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta possui diversos prêmios literários em vários estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas. Em 2018 lançou seu primeiro livro individual intitulado “Contos Colhidos” pela editora Clube de Autores. rodrigojacutinga@hotmail.com

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.