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Ainda consigo me lembrar de como era gelado dentro da locadora: um local com muitas estantes, muitas capas de videocassete enfileiradas. Eu tinha menos de 8 anos, e o lugar era como um labirinto de fim de semana para mim, era onde eu me divertia. Consultava todos os desenhos, mas sempre escolhia os mesmos. Havia um do galo e outro do rato chamado Fievel, que eu sempre assistia. Meu Deus, já faz mais de 20 anos! Eu só tinha acesso aos filmes no final de semana, porque, durante a semana, tudo que me restava eram aqueles desenhos animados matinais, totalmente previsíveis. Mas quem disse que eu me cansava deles?

Essa história não possui mais de 20 anos. Assistimos à evolução da internet acontecer, assistimos ao surgimento do Youtube, da Netflix, do Instagram, do WhatsApp… e a lista cresce! Antes, casas com uma tela por cômodo era um luxo parcelado em muitas vezes; hoje, temos uma tela por pessoa como necessidade básica (ainda parcelada em muitas vezes).

Não sou daqueles que acham isso um absurdo, pois, sem dúvida, o acesso à informação e ao conhecimento traz muitos benefícios. Eu sequer consigo imaginar onde vai parar esse texto que eu estou escrevendo agora, porque você pode gostar dele e compartilhar com seu amigo (que não precisa, necessariamente, saber português).

No entanto, isso tem gerado excessos, tanto para verdade como para a mentira – inclusive, essa ganhou um nome mais moderno: fake news. Uma massa de pessoas entram em suas caixas de e-mails, nas suas playlists intermináveis, acompanham podcasts, seguem muitas pessoas nas redes sociais, fofocam, brigam, mandam memes, paqueram e mandam nudes. Tudo isso pelo meio digital! E o que resta no final?

O problema não está nas telas nem na qualidade da informação apenas. O problema real está em você, que não está consumindo bem a informação. Comer carne não faz mal à saúde, mas, em excesso, poderá trazer problemas. Até uma dose certa de veneno pode ser um remédio.

Infoxicação é o termo que tem sido usado quando a pessoa está intoxicada de informações. Vou explicar bem, mas preciso que, agora, você pare as outras telas, pelo amor de Deus, e preste atenção.

Como saber se tenho infoxicação?

Obedecendo-me ou não, você está aqui. Alguns sintomas da infoxicação são: acompanhar muita gente no Instagram, ler ou ver notícias compulsivamente, ver stories como se não houvesse amanhã, não desconfiar de dados. Isso tudo pode dar tremedeiras se a pessoa ficar sem ler notícias ou rede social, entre outros. Se você consome muita informação, e isso não é transformado em nada útil, você já está correndo um sério risco, você está apenas inchando.

Eu mesmo estou em processo de me desintoxicar de tanta informação. A saída, no entanto, não é o exílio da internet, mas o exílio de informações ruins. Note que não basta fugir das fake news, tem de fugir da informação ruim. Se você está gordo e precisa emagrecer, você precisa de, pelo menos, três coisas: comer bem, exercitar-se e aumentar sua força de vontade; apesar de ninguém fazer isso, todo mundo sabe disso.

Se você está inchado de informações, você precisa começar por consumir informações de qualidade, começando pela música e pelos vídeos, conteúdos que, de fato, agreguem algo na sua vida, que provoquem a transformação em você. Todo alimento se transforma em algo em você, toda informação fica em você também. Não é apenas quantas pessoas você segue no Instagram ou Twitter apenas, mas quem você segue. Não é apenas quanto tempo você fica no Youtube, mas que vídeos você tem assistido. Há muita coisa boa na internet, pois ela é um espelho do mundo, e completamente de graça; nós é que estamos fazendo as escolhas erradas.

Saiba escolher!

Uma hora essa informação irá sair, o alimento que comemos virará energia para nosso dia a dia e para os exercícios. Um atleta tem uma alimentação de acordo com sua rotina de exercícios; com efeito, precisamos ter uma dieta de informação apropriada para o nosso cotidiano, e aquilo que for consumido de ruim precisar ir para o lixo. Aquilo, no entanto,  que for consumido de bom, precisará ir para a vida. Você pode, por exemplo, acessar, agora, uma palestra da Canção Nova no Youtube e se sentir tocado, chorar, mas se isso não entrar em você nem mudar a sua vida, só o fez perder tempo e água pelos olhos.

Nessa enxurrada de informações, hashtags e polêmicas da internet, é preciso ter  uma vontade forte e sabedoria para escolher bem a informação, exatamente o mesmo para se manter firme na dieta. Boa parte das pessoas continuam gordas e fora de sua condição de saúde, porque não tem uma vontade forte para seguir a dieta, segue seu apetite, sua compulsão, sua gula.

Comece por algum lugar. Veja apenas um jornal por dia. Silencie todos os grupos do WhatsApp, desinstale o Facebook e só o acesse pelo navegador do celular. Desafio você no seu Instagram: escolha apenas pessoas para seguir que lhe agreguem algo, as quais, de fato, mudem sua vida. “São meus parentes”, você pode me dizer. Mas é lixo? Então, pare! Eu seguia cerca de 700 pessoas no Instagram, Hoje, sigo apenas 35 para menos.

Depois, vá para o Youtube e desobedeça todo mundo que pedir para você seguir e clicar no sininho. Só faça com canais que, de fato, mudem sua vida para melhor, para o céu. Escolha canais e perfis, conteúdos não que apenas lhe agradem, mas que o eduquem e levem você para direção de Deus.

Guilherme Cristóvão, missionário da Comunidade Canção Nova

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