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Chegamos a uma nova encruzilhada na questão da Covid-19 em território brasileiro. O Ministério da Saúde acaba de reconhecer o “repique” do mal e prepara providências, ao mesmo tempo em que os governos estaduais e municipais já começam a revogar medidas que afrouxaram a quarentena, as restrições de circulação de pessoas e o exercício das atividades. É de se esperar que, sem o interesse imediato das eleições municipais (que terminam no domingo), a classe política seja mais cordata e tenham comportamento melhor do que o dos meses que se passaram. Para a população – grande vítima de tudo isso – o ideal é que governos federal, estaduais e municipais busquem um grande acordo de cooperação onde evitem as colisões e priorizem a eficiência. É preciso levantar com toda urgência o que foi feito dos hospitais de emergência já desmontados e, se for o caso, recolocá-los em condições operacionais antes que as vagas em UTIs convencionais estejam esgotadas.

A emergência do momento e o desconhecimento de pormenores da pandemia podem ser citados como desculpas para os que agiram com excesso (jamais para os que se corromperam), mas é importante lembrar que hoje já se conhece mais sobre o mal e as novas providências devem ser mais certeiras e de consenso. Todos devem ter boa vontade para poder acertar e prestar os serviços que a população necessita. A própria população tem de por a mão na consciência e tomar a única providência que está ao seu alcance: usar máscara, álcool gel, lavar as mãos, evitar aglomerações e manter o distanciamento. A soma dessas medidas profiláticas mais a chegada das vacinas poderão, ainda, nos livrar de um mal da magnitude da primeira fase, que já provocou a morte de mais de 171 mil brasileiros.

Diferente do que ocorreu nos últimos meses, espera-se mais civilidade dos agentes dessa luta para que, com isso, sejam eles mais eficientes deixando de perder o precioso tempo que vinham empregando em polêmicas. Vamos conter o “repique”, cada um com as armas que lhes são disponíveis, e mirar os esforços e a criatividade no pós-pandemia. Mais dia, menos dias, a Covid-19 e o coronavírus serão coisas do passado. A boa administração dos recursos e da experiência alcançados no bate-cabeças dos últimos oito meses tem de servir para conter a reinfestação. Mas a grande tarefa é a do futuro.

Todos temos de mitigar os prejuízos da pandemia e criar formas adequadas de superá-los e conviver com os novos tempos. A estrutura pública de Saúde tem de aproveitar os vultosos recursos despendidos na pandemia e aplicar o seu residual no sistema, melhorando hospitais e vagas de UTI. Os governantes têm de ser unidos e solidários, esquecendo-se de suas diferenças partidárias e ideológicas e, principalmente, das próximas eleições. Agora, na nossa modesta opinião, todo o esforço e inovação devem estar voltados para a vacinação, pouco importando de onde venham as vacinas, desde que passem pelo crivo e sejam liberadas pela Anvisa. Só isso será capaz de barrar a circulação do vírus e levar ao fim do mal epidêmico. É hora de decência, juízo e solidariedade entre todos...  

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br 

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