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É preocupante ver a media da inflação do período da Covid-19, apurada em 5,80% entre maio e outubro. Isto é, quatro vezes maior do que a alta oficial de preços, de 1,35%  de variação IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Altas como os 18% em televisores e materiais de informática, 9% em eletromésticos, 6,6% em alimentação são nocivas e carecem providências para não impactarem a Economia. O momento de quarentena foi atípico e provocou distorções. Agora, na medida em que a pandemia arrefece, chegou a hora de irmos voltando aos patamares normais do mercado.

Os próprios setores onde ocorreram as maiores altas têm o dever de buscar melhor produtividade e poder de compra de insumos e produção para voltar pelo menos mais perto dos valores praticados antes da emergência. O Estado não deve interferir diretamente no preço final, mas tem a obrigação de monitorar a economia para evitar que setores com poder prejudiquem os mais fracos e o consumidor. Temos de voltar aos tempos do chamado “vôo de cruzeiro”. A sociedade não pode absorver custos injustificados ou desnecessários, pois isto pode trazer de volta a indigesta inflação.

Todos os setores têm de funcionar de forma a, com o resultado da venda dos produtos, custear a matéria-prima, a produção e auferir o lucro justo. O governo, além de fiscalizar para evitar abusos, também precisa, através de medidas tributárias, desonerar a produção para evitar que o mesmo produto custe aqui valores muito elevados em relação ao preço internacional. A equipe do ministro Paulo Guedes tem uma grande tarefa pela frente. Estabelecer uma nova matriz econômica. O começo, salvo melhor juízo, deve ser a diminuição do tamanho do Estado através da eliminação de cargos criados exclusivamente para satisfazer o apetite dos aliados políticos. Em vez de cargos públicos, onde os contratados muitas vezes nem têm a obrigação de trabalhar, é preciso criar condições para a iniciativa privada investir e operar.

Que os males econômicos da pandemia não sejam da mesma magnitude do que os danos de saúde e perdas humanas que tanto fazem sofrer a população... 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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