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Andamos de um lado para o outro, resolvendo problemas, respondendo mensagens, assistindo um vídeo importante, comprando algum produto urgente, enfim, ocupados com várias coisas que se apresentam diante de uma tela.

O mundo hoje cabe na palma de nossas mãos e tudo isso fascina qualquer um, seja uma criança de um ano ou um idoso, de 70 anos. E, se perguntarmos a uma pessoa porquê fica tanto tempo no celular, ela sempre terá uma resposta que justifique e “convença”.

E assim, alterações neuroquímicas vão surgindo no cérebro humano, com uma nova “droga”, mas, agora, lícita, e que vem, muitas vezes, disfarçada de trabalho ou conhecimento, de informação. E para não ficar para trás, fica-se atrás de um objeto que escraviza. E aqui está o problema.

É comum querermos proteger e privar crianças e adolescentes do uso constante do celular, impor regras para o manuseio e acesso a este tipo de tecnologia. E essa atitude não está errada, pois tais estímulos têm sido como uma bomba para a estrutura cerebral deles; e já têm revelado os seus efeitos nocivos a longo prazo. Mas a questão é o quanto os adultos, responsáveis por essas crianças e adolescentes, não conseguem se desconectar da internet, sempre com o discurso de que é necessário para o trabalho, estudo, quando na verdade se gasta boa parte do tempo nas mídias sociais e afins.

É preciso lembrar que o primeiro comportamento da criança é o imitativo, ou seja, ela reproduz o ato, sem saber exatamente o que significa, e o faz por pura e exclusiva imitação. Sendo assim, seria interessante olhar com muita franqueza o comportamento da família com a tecnologia e, posteriormente, fazer uma análise de quanto as crianças o reproduzem em seu próprio comportamento. Se for honesto, encontrará muito de você neles. Até mesmo o “vício” pela tecnologia, especificamente pelo uso do celular, ficará explícito.

Quanto tempo você consegue ficar sem olhar o celular? Um minuto, dez, trinta? Duas horas? Um período completo, seja manhã, tarde ou noite? E ao acessar, o que tem buscado?

Lembre-se, quando existe o desejo de introduzir bons hábitos familiares e excluir os maus, é o comportamento da família que precisa mudar. É importante reconhecermos nossos limites. Pois é a partir do autoconhecimento que o autodomínio vem, e assim, novos comportamentos são introduzidos, para novos hábitos se firmarem. Não adianta cobrar do outro e não ser exemplo. Mude você primeiro e promova essa mudança coletiva. Você verá que sua ansiedade diminuirá, sua criatividade e memória irão melhorar e enxergará a vida de uma forma que há tempos não via.

Aline Rodrigues é psicóloga, especialista em saúde mental, e missionária da Comunidade Canção Nova. Atua com Terapia Cognitiva Comportamental; no campo acadêmico, clínico e empresarial.

* Os textos (artigos) aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do GRUcom -  Grupo União de Comunicação.

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