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A Rússia surpreendeu o mundo, na terça-feira (11), anunciando já dispor da primeira vacina contra a Covid 19, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, de Moscou, batizada Sputinik V (homenagem ao primeiro satélite artificial que orbitou a terra, e, 1957). O presidente Vladimir Putin disse que em setembro começarão a ser imunizados os profissionais da saúde, professores e alguns grupos de risco e, a partir de 1º de janeiro, a vacina estará disponível a toda a população. A medida é questionada pela discutível Organização Mundial da Saúde, que adverte não terem os russos cumprido protocolos de maturação dos testes. Mas os responsáveis pelo programa afirmam trabalhar há seis anos no desenvolvimento da vacina contra o coronavírus, já conhecido desde os anos 60. Quando a pandemia chegou, no formato do novo coronavirus, estavam adiantados e agora podem se beneficiar disso.

Poucas horas após o comunicado russo, o governador Ratinho Jr, do Paraná, anunciou o convênio daquele estado com a Rússia – assinado na quarta-feira por ele e o embaixador Sergei Akopov – para o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) produzir a Sputinik V para aplicar à população brasileira em 2021. Uma das condições é a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Com todos os questionamentos, os russos saíram na frente. Também temos, no Brasil, as parcerias, para a  produção de vacinas, firmadas pelo Instituto Butantã (São Paulo) com a farmacêutica chinesa Sinovac , e da Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro) com a Universidade Oxford de Londres. Ambas ainda estão na fase de teste em humanos, dos quais o Brasil participa.

A pandemia pegou o mundo desprevenido. O desconhecimento do comportamento do vírus na sua nova estrutura levou governos, autoridades e especialistas a enganos não intencionais, mas que podem ter custado vidas. O Brasil é um desses países. Em vez de se unir para enfrentar o mal, os políticos o utilizaram para discutir suas diferenças, muitas delas históricas e inconciliáveis. A premissa básica é de que não existem vacinas e nem medicamentos cientificamente comprovados para tratar a Covid 19. Mas, como temos milhares de doentes padecendo desse mal, a alternativa é tratá-los com o que estiver disponível, mesmo sem os certificados científicos. O tratamento nessas condições pode ser ineficaz, mas é pior não tratar porque dessa forma a morte seria praticamente certa. A pandemia não espera o tempo que os pesquisadores necessitam para testar as drogas.

O dado animador – apesar dos arautos da desgraça que ainda procuram potencializar o mal – é que os números de infecção e mortes, mesmo não diminuindo o quanto esperamos, apresentam tendência de baixa. De outro lado, a economia reage positivamente com o comércio varejista registrando vendas semelhantes às anteriores à pandemia, a indústria automobilística anunciando a volta da produção e as autoridades econômicas vislumbrando a possibilidade de, na virada do ano, recuperar a estabilidade.

Precisamos de empenho, compromisso e até patriotismo dos envolvidos no combate à Covid 19, e da compreensão e colaboração da população. Todos têm de aceitar que apesar das boas perspectivas, ainda vivemos sob os riscos de infecção e morte. Por isso, há que se observar medidas sanitárias – máscara, distanciamento, não aglomeração, higiene das mãos, etc. – para o quadro não se agravar. E, indiscutivelmente, parar com a politicalha,  mesmo que seja só por respeito aos mais de 100 mil brasileiros que já pereceram pelo mal. Quanto às vacinas, não importa de onde venham, desde que cheguem a tempo de nos proteger e trazer de volta a normalidade...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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