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A saída de Sérgio Moro é, seguramente, a mais significativa alteração vivida pelo atual  governo. Empossado como superministro, o ex-juiz da Lava Jato sofreu todas as injunções possíveis e imagináveis durante esses 16 meses de atuação como ministro e, como disse ao anunciar sua demissão, sai porque o presidente rompeu o compromisso de liberdade a ele garantido para montar a equipe de seu ministério. O pivô é o delegado Maurício Valeixo, diretor geral da Polícia Federal, que Bolsonaro queria fora do cargo desde o ano passado e o ministro não via razão técnica ou funcional, mas política, para sua substituição. Mesmo duro, o agora ex-ministro sai com elegância e – como todos deveriam fazer – informando a Nação sobre os seus motivos.

Hierarquicamente, o presidente tem o direito a trocar qualquer membro da equipe. E ao ministro ou dirigentes da área atingida, se não concordar, resta a alternativa de demitir-se. Foi o que fez Moro. Agora, Bolsonaro, além de outro diretor da PF, terá de encontrar também um novo ministro da Justiça e Segurança Pública. É melhor que, diferente do que pactuou com o ex-juiz, se abstenha de dar a tal “carta branca” ao convidado, mas não de princípios que diferenciam o seu governo dos anteriores.

O novo ministro e seus auxiliares devem estar longe da viciosa barganha dos cargos por votos parlamentares, que tanto emporcalhou a política brasileira durante as últimas três décadas. Os futuros titulares precisam ser figuras capazes de manter as ações que vêm dando certo e, se possível, ainda conseguir avançar em pormenores que Moro e sua equipe não conseguiram evoluir. Devem ter liberdade para alterar aquilo que entendam poder fazer melhor, mas nunca abandonar os pontos básicos da proposta de governo que levaram o eleitorado a votar em Bolsonaro.

A troca ministerial é algo rotineiro num governo. No regime presidencialista, que vivemos, a linha de ação é de responsabilidade direta do presidente que, para concretizá-la, tem sua equipe. Sérgio Moro, com a biografia de magistrado e agora de ex-ministro, certamente encontrará seu caminho na vida nacional. O governo que deixa de integrar continua e não deve desviar do caminho traçado pois mudar as regras no meio do jogo seria um atraso irrecuperável. Escalem-se os novos jogadores e que o jogo prossiga em busca dos objetivos traçados...

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br

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