Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Dentro do ameaçador quadro da Covid 19, as autoridades sanitárias se batem pelo isolamento horizontal - que leva ao recesso de crianças a idosos - e a comunidade econômica adverte que a cada dia parado mais empresas se inviabilizarão, postos de trabalho serão fechados e brasileiros ficarão em dificuldade. Urge encontrar o ponto de equilíbrio. Empresas que saíram da quarentena ou têm atividades que não exigiram isolamento, vêm testando seus empregados por conta própria, ao preço médio de R$ 170 por indivíduo, com a finalidade de garantir a salubridade do seu ambiente de trabalho. O ideal seria que, além de todas as exigências de álcool gel, lavar as mãos, máscaras, não espirrar, distanciamento entre pessoas e limite de lotação de ambientes, os empregadores tivessem a obrigação de testar mensalmente seus empregados e, nos casos que se revelarem positivos, estender o procedimento aos familiares do infectado, que certamente também estarão com o vírus, encaminhando todos ao tratamento na estrutura pública ou na rede particular, se tiverem convênio. O teste deveria ser o “passaporte” para as empresas cujos controladores queiram voltar a trabalhar ou estejam ameaçados a entrar em quarentena. Os laboratórios vão colher o material no local de trabalho e em poucas horas fornecem o resultado, que também é remetido às autoridades sanitárias.

Em vez de parar as empresas, o mais lógico é a Saúde Pública acrescer ao seu protocolo a exigência do teste dos colaboradores e, se algum deles testar positivo, também  aplicar o procedimento em sua família, já que a transmissão do coronavírus também pode ocorrer no ambiente doméstico. Com essa providência, a infecção é descoberta no início, quando o tratamento é mais eficiente e menos oneroso, pois na maioria dos casos não exige UTI e nem mesmo internação. O paciente fica isolado em sua própria casa, onde cumpre as orientações médicas. E a melhor das vantagens é que, com diagnóstico precoce, cai drasticamente o número de óbitos. Num curto período, esse teste pode dar cobertura à maioria da população, ensejando segurança às autoridades para estabelecer o equilíbrio entre tratamento do mal e funcionamento das atividades econômicas. Chegando a esse estágio, a pandemia estará dominada e chegará ao fim.

Se o governo for testar a população, será uma típica operação de guerra. Mas se cada empregador examinar os seus funcionários, tudo se processará em tempo recorde. Diz o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que a força de trabalho nacional é de 105,2 milhões de indivíduos e que cada domicílio abriga em média em média 3,3 pessoas. Isso nos autoriza a pensar que a testagem de apenas um terço da população (cerca de 70 milhões de trabalhadores) seria  suficiente para traçar o quadro da Covid 19 em todo o país e, o mais importante, proporcionar tratamento precoce a praticamente todos os infectados, reduzindo  a letalidade. E, ao permitir o trabalho da à maioria da população, evitar a quebradeira,  o desemprego e a miséria hoje prevista para os próximos meses caso não seja encontrada a fórmula segura de manter a população ativa.

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) - aspomilpm@terra.com.br 

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.