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Não sei onde andam os eleitores de Lula. Mas sei, com grande certeza, que no dia da eleição estarão todos formando fila nos seus locais de votação. Por outro lado, tenho encontrado eleitores, não de esquerda, que pretendem votar em branco, ou abster-se de votar.

De algum modo, associam a abstenção à absolvição de qualquer culpa ou responsabilidade pelo que acontecer ao país. Lavam e enxáguam as mãos na torneira do voto em branco sem perceber que ele é, também, uma posição política. Uma vez assumida, principalmente quando serve à estratégia da esquerda, tem gravíssimas consequências!

O último andar do idealismo é o cemitério do realismo.

Significa desconhecer a política real, aquela que manda no Estado, nas ruas e por varias frestas, invade a casa da gente. É a mesma que põe sob sigilo o que queremos saber e, de modo deslavado, mente sobre o que sabemos.

É grave imprudência desconsiderar os conhecidos e onerosos flagelos causados pelo lulismo. O retorno do petismo ao poder produzirá tragédias ao país. Entre muitas outras, estas vinte:

- reinserção de uma organização criminosa no quadro dirigente da República, atribuindo a essa organização o direito de nomear outros dois ministros do STF;

- tomada do poder nos termos de José Dirceu;

- reestatização do que tenha sido privatizado;

- influência e interferência política no Conselho Nacional de Justiça e no Conselho Nacional do Ministério Público;

- recrudescimento das ações terroristas dos movimentos sociais;

- relativização, quando não supressão, do direito de propriedade;

- restrições ainda maiores ao direito de defesa dos cidadãos;

- apoio político à legalização do aborto;

- incentivo ao aparelhamento partidário da burocracia federal;

- manutenção do sequestro da Educação pelas organizações políticas de esquerda;

- ampliação do poder da extrema imprensa em geral e da Globo em particular;

- restrições mais severas à liberdade de opinião e expressão nas redes sociais;

- aceleração do fracionamento identitário da sociedade brasileira;

- combate crescente à instituição familiar como célula essencial da sociedade;

- apoio estatal à erotização da infância e estimulo ao desenvolvimento confuso da sexualidade;

- omissão perante a criminalidade de rua e o crime organizado;

- uso do poder para garantia da impunidade;

- extinção das escolas cívico-militares e -  controle dos currículos de formação militar;

- revisão das regras de promoção e venezuelização das Forças Armadas;

- interpretação equivocada da laicidade do Estado.

O voto em branco, ante um perigo de tais proporções, é lamentável e estupendo favor prestado ao mal de todos.

Por isso, é muito preocupante saber que enquanto os eleitores de esquerda são perfeitamente capazes de votar em alguém como Lula para que se cumpra a pauta acima, eleitores não de esquerda, optam por uma omissão que coloca toda a sociedade sob o risco de ficar a ela submetida.

E o voto nulo? Não representa protesto quantificável. Ele vai misturado com os votos dados por quem não sabe usar a maquininha.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.puggina@puggina.org

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