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Você sabia que em 2020 completamos seis anos de Setembro Amarelo? Criada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), para falar sobre a importância da prevenção ao Suicídio, a campanha, na verdade, ocorre o ano todo. E vocês sabiam que, infelizmente, enquanto escrevo essas palavras, dezenas de pessoas cometem o ato? De acordo com Organização Mundial da Saúde, em 2019, cerca de 800 mil pessoas acabam com suas vidas todos os anos no mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos e no geral, pouco mais da metade de todas as pessoas que assim procedem têm menos de 45 anos, ou seja, são jovens que ainda têm um vida toda pela frente, mas que já não enxergam oportunidades de serem felizes.

Estudos também apontam que 96,8% dos casos de suicídio estão associados a um transtorno psiquiátrico que não foi tratado adequadamente ou sequer diagnosticado e acompanhado, por isso, meus amigos, a melhor maneira de diminuir esses dados tão tristes e alarmantes são as estratégias de prevenção.

Esses indicadores me assustam, afinal, neste ano em que lancei o livro “Decida Vencer”, que tem sido um sucesso em vendas, tenho visto muitas pessoas tão acometidas por desequilíbrios, como por exemplo, depressão e transtorno bipolar que sequer conseguem chegar ao ponto de decidirem algo a favor de suas vidas. Nesses casos decidir vencer não é apenas uma questão interna. E isso me entristece muito.

Vivemos em um mundo caótico, não é mesmo? Para alguns pode até ser fácil, mas eu garanto que para maioria de nós é difícil lidar com as nossas limitações emocionais, com a nossa bagagem e com tudo o que passamos ao longo de nossas vidas. Mas, enquanto uma parte da população consegue escolher mudar por iniciativa própria as atitudes diárias para ter uma vida mais plena e feliz, outras precisam de um auxílio médico. E isso não é demérito, muito pelo contrário, buscar por ajuda mostra força, humildade e coragem.

Decidir vencer, meus amigos, é um caminho de pedras, uma trajetória na qual haverá percalços. No entanto, se você percebe que alguém próximo lida com sua rotina de forma mais árdua do que deveria, que sua percepção da realidade está alterada, e que interfere no seu livre-arbítrio, é hora de estender a mão.

Realmente, os últimos meses não têm sido nada fáceis para nós. A pandemia tem contribuído para piorar as insatisfações, mas o Setembro Amarelo chegou para nos lembrar sobre a importância de um tratamento eficaz, para que o pensamento suicida desapareça e a pessoa possa viver uma vida completa, a que todos nós temos direito.

Quando se estende a mão, promovemos a transformação e damos a chance de uma vida nova para alguém. Mas você sabe como fazer isso? Primeiro, fiquem atentos com frases que podem, muitas vezes, ser ignoradas como "Vou desaparecer”, “Vou deixar vocês em paz”, “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar”.

Depois, tente conversar sim, mas não diga coisas como “Ah, mas você tem a vida boa”, “Você ainda é jovem”, “Na sua idade eu já tinha passado por tal situação”. Isso não funciona para quem está com uma ideação muito forte. E não é nem porque a pessoa não quer, ela está com uma ideia fixa mesmo.

Pessoas nessas condições não precisam de julgamento, só precisam de compreensão, serem ouvidas, e claro, de um tratamento correto, pois a emergência psiquiátrica pode ser a porta de entrada do paciente em risco de suicídio para uma nova vida.

Falar sobre isso é, principalmente, ouvir a pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvi-la com a mente aberta e ofereça seu apoio. Perguntas como “O que você está sentindo?”, “Por que você está sentindo isso?”, ajudam muito. Seja um ouvinte qualificado e incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência ou apoio em algum serviço público.

E se você está passando por isso, se já pensou em cometer suicídio, lembre-se de algo muito importante, quando você pede ajuda, será respeitado e levado a sério, terá o seu sofrimento levado em consideração e o mais importante: será encorajado a se recuperar!

Saiba que você tem todos os recursos necessários para realizar os sonhos da sua vida e  com uma ajuda qualificada assumirá um nova jornada de descobertas e felicidades, e nas inevitáveis ocasiões em que se sentir tentado a desanimar, diga a si mesmo: “Só por este instante eu vou ser feliz”.

Eduardo Volpato - Nascido em Porto Alegre, Eduardo Volpato começou a trabalhar muito cedo com o pai e aos 16 anos empreendeu como eletricista e manutenção geral. Saía de casa com o dinheiro da ida, mas sem o dinheiro da volta, como forma de forçá-lo a ganhar o dia de qualquer jeito, sem a alternativa de desistir ou desanimar. Dono de um saber em empreendedorismo um tanto quanto autodidata, Volpato nunca parou de estudar. Formado em eletrônica e especialista em segurança pública e privada, é CEO Founder do Grupo Volpato, uma das maiores empresas brasileiras do setor de segurança. Master Coach Integral Sistêmico pela Florida Christian University e Analista de Perfil Comportamental Cis Assessment pela Febracis, Volpato tem se dedicado a ensinamentos de coragem e determinação para quebrar o ciclo de insatisfação que acomete milhares de brasileiros.(Fabiana Cardoso/Asimp/fabiana@image360.com.br)
 

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