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Os exames de aptidão e as provas para concursos são parte fundamental do funcionamento da sociedade brasileira. Porém, também é inegável o esforço conjunto de todos nós que a pandemia da Covid-19 tem exigido: desde março de 2020, a maioria dos setores precisou parar qualquer atividade presencial. Um esforço necessário, que exigiu inclusive a paralisação de uma forma vital de renovação profissional: o Exame da Ordem, realizado pela OAB, e os concursos públicos, que lidaram com inúmeros adiamentos e indefinições no período.

Em ambos os casos, as provas foram paralisadas por conta da pandemia. A OAB teve diversos adiamentos em 2020, o que resultou em um recorde de inscritos em 2021: cerca de 180 mil, um número muito maior que as outras edições devido a esse represamento, haja visto que em 2020 foram 118 mil inscritos. No caso dos concursos públicos, a situação levou ao adiamento indefinido de muitas provas, afetando a preparação dos estudantes.

Neste 13 de junho, uma data importante se avizinha: a realização da primeira fase do Exame da Ordem. No ano passado, ao menos 250 mil pessoas deixaram de realizá-lo por conta das medidas de distanciamento nacionais. Agora, essa retomada sinaliza um ponto positivo em meio a tantas incertezas, com a possibilidade da volta dos concursos.

Só neste mês de junho, são mais de 50 mil vagas abertas para quem deseja entrar na vida pública. Como diretor de uma empresa especializada neste setor, julgo necessário reforçar o óbvio: os concursos são parte essencial da manutenção dos serviços do governo em praticamente todas as esferas. Sem as provas, o que vemos é a postergação do preenchimento de vagas que dariam mais celeridade e qualidade à áreas essenciais para o país.

Graças à internet, poder estudar para esses exames se tornou viável. Observamos, durante a pandemia, uma mobilização e interesse muito grande dos alunos pelas plataformas EAD, uma tendência que já aplicamos no Grupo CERS há anos. Além do interesse nas carreiras, também vimos um interesse cada vez maior pela área da saúde, com um aumento expressivo de 70% no interesse pela pós-graduação em Direito Médico.

Esses são movimentos que os concurseiros fazem atentos ao mercado que se avizinha: a Covid-19 mudou a forma como vivemos e, consequentemente, as necessidades primordiais da sociedade. Com uma sobrecarga notória dos sistemas de saúde, o que vemos é um crescimento no número de processos médicos: atualmente, são 51 mil aguardando perícias médicas judiciais nos Tribunais Regionais Federais (TRFs) Brasil afora. Paralelamente, a ANS registrou 16 mil reclamações a planos de saúde, tudo isso desde março de 2020. São números que deixam claro, também, onde estarão as oportunidades profissionais em curto e médio prazo.

Esperamos que, com a realização do XXXII Exame da Ordem, fique demonstrado que é possível a retomada dos concursos públicos represados, atendidos todos os protocolos de segurança em face do coronavírus. Porém, também exigimos sensatez de todos: a retomada dos concursos passa também pela quantidade de pessoas infectadas e leitos ocupados no país.

Em primeiro lugar, temos que zelar pela saúde e segurança da população. Uma vez controlados esses índices, será viável a retomada gradual de todos os concursos, sempre com respeito ao protocolo de segurança estabelecidos pela autoridade competente.

Assim, que em primeiro momento sejam realizados os concursos públicos que estejam sob pena de paralisar atividades essenciais. Desta forma, não afetaremos o funcionamento regular das instituições.

Renato Saraiva é CEO do Grupo CERS, maior rede preparatória para concursos públicos jurídicos do Brasil, e sócio-fundador da empresa de tecnologia Videofront.

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