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Em um dia quente de janeiro, com temperaturas superiores a 35°, você chega à sua casa depois de uma caminhada, curta ou longa, e o que é uma das primeiras coisas que você faz para aliviar esse mal estar causado pelo calor intenso? A maioria das pessoas deve ter pensado em um copo de água fresquinha. Nada é mais refrescante e relaxante do que a água, seja ela para beber, tomar um banho ou dar um mergulho. Só que para isso, a água precisa ser de qualidade, limpa e sem a presença de nenhuma sujeira ou organismo que possa causar malefícios à saúde humana. Com essa meta, a Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de Cambé está fiscalizando e avaliando a qualidade da água que é ofertada à população, principalmente nos locais em que há uma grande movimentação de pessoas, como escolas, postos de saúde, terminais de ônibus, igrejas, empresas, quadras poliesportivas, mas também em residenciais de várias regiões da cidade, buscando ter um panorama geral da qualidade da água do município.

Em Cambé, essa ação acontece por meio do Programa Vigiágua, que é vinculado ao Ministério da Saúde e que já está presente na cidade há mais de 10 anos. Paulo Cesar de Godói é fiscal da Vigilância Sanitária e um dos responsáveis por averiguar a qualidade da água que circula pelas tubulações da cidade e que vai parar na casa dos cambeenses. Segundo ele, essa fiscalização é muito importante porque avalia a presença do cloro na água – tanto a falta como o excesso – e também a turbidez dela, ou seja, a cor da água, que deve ser límpida, inodora e transparente. No último dia 18, a ação aconteceu em dois pontos: na Escola Municipal Professora Lourdes Gobi Rodrigues, no Jardim Ana Rosa, e no Centro Municipal de Educação Infantil Prefeito Archimedes Climério Mozes, no Jardim Favaro.

O fiscal esclarece que esse trabalho acontece em três frentes diferentes: Sistema de Abastecimento Urbano; Soluções Alternativas Coletivas; e Sistema de Abastecimento Individual. No primeiro caso, é avaliada a qualidade da água da concessionária responsável pelo abastecimento da área urbana da cidade, que é a Sanepar. “Nos 13 anos que o programa está na cidade, felizmente nós nunca tivemos problema com a água, tanta na questão do cloro como na turbidez da água”, ressalta. Segundo ele, a Sanepar encaminha mensalmente um relatório ao município apontando os quesitos técnicos da água da cidade, que são confrontados com os dados que eles obtêm nessa fiscalização. “Em todas as nossas ações, o resultado foi muito satisfatório. Isso significa que a água que a população consome é boa e segura, o que evita o desenvolvimento de diversos micro-organismos oportunistas”, afirma.

Para que possa ser feita essa análise na água fornecida na área urbana pela concessionária, a fiscalização é realizada em duas etapas: a primeira consiste no uso de um medidor que aponta a qualidade da água em minutos; e a segunda na coleta e análise do material em laboratório, que é feita através de uma parceria com a Universidade Estadual de Londrina. Essas duas ações acontecem em dias diferentes, com um intervalo de tempo específico. “Além disso, nós fazemos o teste rápido e a coleta em dois pontos distintos: o primeiro é logo após o registro de água, que representa a água que vem diretamente da Sanepar; e o outro depois que a água passa pela caixa d’água, mas antes de chegar ao filtro dos bebedouros”, explica. Segundo o fiscal, isso auxilia para que, se algum resultado estiver alterado, eles saibam localizar o problema. “Se for antes da caixa d’água, a responsabilidade é da Sanepar, caso seja depois da caixa, nós precisamos analisar se há um problema de higienização dos dutos ou da própria caixa de armazenamento de água”, frisa.

Mensalmente, são feitas cerca de 40 vistorias da água que circula pela cidade e, para que ela seja de qualidade e potável, precisa seguir alguns critérios: o primeiro diz respeito ao teor de cloro na água, que deve estar entre 0,2 e 2 (miligramas por litro); e o segundo é a turbidez, que vai de 0 a até 5 (unidades por litro). O cloro, por exemplo, é o responsável por fazer a desinfecção da água e, quando está em falta ou em excesso, pode trazer prejuízos às pessoas, como diarreias e alergias. Em relação à turbidez, se a água apresenta alguma sujidade, que na maioria das vezes é invisível a olho nu, pode ser que exista alguma contaminação da água, seja ela por conta de substâncias que são acumuladas ao longo do tempo dentro da caixa d’água ou por algum problema no tratamento da água pela concessionária.

“Por isso, é essencial que seja feita a manutenção e limpeza adequada das caixas d’água pelo menos uma vez a cada seis meses. A população também deve optar pelo uso de tubulações e caixas d’água feitas de plásticos, porque a higienização é mais eficaz e simples”, ressalta. Ainda de acordo com ele, a higienização adequada das mãos e dos alimentos também é essencial para evitar a proliferação de micro-organismos causadores de doenças, como no caso das viroses.

Nas regiões rurais ou em empresas que utilizam poços artesianos, a vistoria também é feita constantemente. Na zona rural, não é obrigatório que os poços tenham uma bomba de cloro, por isso são distribuídas as soluções de hipoclorito de sódio, responsável pela desinfecção da água, assim como o cloro faz. Nesse caso, devem ser adicionadas duas gotas da solução para cada litro e, após 30 minutos, a água já está pronta para o consumo humano. “Nas empresas que atendem uma grande quantidade de funcionários, se a água dos poços for utilizada para consumo humano, ele deve conter uma bomba de cloro, pois o hipoclorito de sódio fica inviável nessas situações”, pontua Godói. A fiscalização também acontece nos locais onde a população utiliza a água que vem diretamente dos rios ou de minas. “Nós também entregamos o hipoclorito de sódio para essas pessoas para que seja feita a desinfecção da água, porque ela pode conter dejetos de animais e outras substâncias prejudiciais à saúde humana”, detalha.

“Nos casos em que há alguma negligência na qualidade da água, tanto as empresas, como a concessionária e até a população são passíveis de processos administrativos e de multa, dependendo de cada caso”, destaca. Segundo ele, apesar de nunca terem encontrado alguma substância contaminante ou qualquer outro tipo de micro-organismo, essa fiscalização deve ser constante e ampliada, para garantir que a população tenha água potável e de qualidade. “A água é fundamental para o funcionamento do nosso corpo e para isso devemos ingerir cerca de dois litros por dia, mas é essencial que seja livre de qualquer tipo de sujeira e outros organismos vivos, que podem colocar em risco a nossa saúde”, finaliza.

NCPMC

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