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Projeto é dedicado a todos que perderam pessoas importantes nesse período de pandemia e quarentena, incluindo a artista que precisou lidar com a partida de seu pai

Pronta para uma série de lançamentos previstos para esse ano, Elisa Mais acaba de divulgar videoclipe para a inédita “Luas pra Tantas Faces”. A faixa, disponível em todas as plataformas digitais, marca a estreia da cantora como produtora musical, em parceria com o amazonense Bruno Prestes, e tem as participações especiais da baterista carioca Larissa Conforto, que assina atualmente como Àiyé, e do vocalista/pianista Ian Fonseca, da banda Supercolisor.

Composta há pelo menos três anos, a canção já refletia sobre uma certa estranheza com os tempos atuais. Na letra, mesmo que sensorialmente, a artista fala sobre ‘tentar escapar de desconfortos já instalados pela manhã’. Logo em seguida, ela decreta: “ou muda a vibe ou muda a atmosfera”. “Mesmo admitindo angústia, seja nessa mensagem literal ou no clima denso que o registro traz, acredito que expor vulnerabilidade fortalece minha humanidade e aponta caminhos para a redenção. Inclusive, como mulher negra que sou. Quero que esse trabalho seja trilha sonora para quando precisamos pensar em mudanças possíveis ou perceber que uma história ruim também pode ter novas formas – realistas e positivas - de serem vividas e contadas”.

Na estrutura melódica-harmônica, retratos “brincam” com altos e baixos. “Tudo começa com uma sequência simples de acordes menores que vão alcançando novas camadas, reforçando a ideia de que vivermos – em um só dia - inúmeras emoções”.

Somando quase 5 minutos, ‘Luas pra Tantas Faces’ segue um clima anos 90, aliando guitarras pesadas e sujas à vocais com influência R&B, costurados por programações eletrônicas que remontam drum’n’bass e bases de reggae.

Entre as principais referências, nomes que vão de Alanis Morissette, Gwen Stefani, Fiona Apple, Lauryn Hill, TLC, Brandy & Monica até Nação Zumbi e bandas amazonenses como Charlie Perfume e Deskarados. 

Para a versão audiovisual, Elisa Maia - que em 2019 deixou o Centro de Manaus para voltar à zona norte, periferia da cidade onde passou toda a adolescência e início da vida adulta - escolheu a casa recém construída no terreno da família para ambientar seu primeiro videoclipe. A sala ampla e branca, o quintal arborizado, a laje e todas as raízes cotidianas foram locações perfeitas para a produção.

Entre uma imagem e outra, traços de uma atmosfera glamourosa, lunar, azul, mas ao mesmo tempo extremamente íntima, como quem sai do banho de toalha na cabeça. Em contraponto, uma implacável cortadora de verduras habita o local, exibindo suas armas, dançando, se deliciando, ritualizando com frutas e café. Para fechar, retratando com alguma fidelidade, o bairro onde vive (Cidade de Deus) num entorno cheio de casas em paredes de tijolo sem rebocos e os limites verdes que levam à maior floresta em área urbana do país, a 100 metros dali.

O pai da cantora, Rosalvo, ou Seu Baiano como era conhecido, que nos últimos anos vinha debilitado por conta de doença cardíaca, participou das filmagens dando suporte à equipe. Ele faleceu no dia 31 de maio deste ano. O videoclipe ‘Luas pra Tantas Faces’ é dedicado à ele e a todos que perderam pessoas importantes nesse período de pandemia e quarentena.

Denso, etéreo e transformador, o projeto audiovisual teve direção de Victor Kaleb, fotografia de Robert Coelho e concepção de arte e figurino por Anália Nogueira. Samya Carvalho assina a montagem e Marcelo Rodriguez a correção de cor.

A Track foi mixada por Rafaela Prestes e masterizada por Fernando Sanches, no Estúdio El Rocha.

Ouça e assista aqui: https://youtu.be/P0Z3lNmO-Tk

Elisa Maia

Cantora, compositora e produtora cultural, Elisa Maia, nascida em Manaus, capital do Amazonas (Brasil), é toda feita de música.

Filha de pais que cantavam na igreja, assim que pôde já reproduzia as canções com eles em números especiais aos domingos. Aos 8 anos. iniciou seus aprendizados no Centro de Artes da Universidade Federal do Amazonas - CAUA, onde durante 10 anos estudou piano, flauta e violão. Também participou desde criança de corais, mais tarde sendo regente. Aos 21 anos, iniciou sua trajetória artística, integrando a banda amazonense de reggae Johnny Jack Mesclado. Com o grupo, circulou por diversos Estados brasileiros e gravou dois álbuns (‘Que Jah Abençoe’ e ‘Luz de Raíz’). Ainda compondo o projeto, Elisa cursou a faculdade de Arquitetura e Urbanismo, chegando a atuar na área. Mas, em 2010, deixou a Arquitetura definitivamente e além de se dedicar à carreira musical, passou a integrar o grupo Coletivo Difusão, com quem até hoje desenvolve projetos na área da cultura como o Festival Até o Tucupi que há 14 anos acontece ininterruptamente e o Festival Somas _ Parada Musical de Mulheres, que em 2018 e 2019 propôs um espaço de reflexão e difusão das artes, 100% protagonizado por mulheres na cidade de Manaus/AM. Em 2013, já em seu trabalho solo, lançou o EP ‘Ser da Cidade’, com 05 músicas, todas compostas por ela, gravadas e produzidas em Belém/PA, pelo inventivo produtor Leo Chermont (guitarrista do duo Strobo). O EP também contou com mixagem e masterização por Alex Moreira (RJ), da banda Bossacucanova. Ainda em 2013, Elisa Maia saiu em turnê apresentando seu ‘Ser da Cidade’, numa circulação inédita, percorrendo 06 capitais da região norte - Belém/PA, Macapá/AP, Porto Velho/RR, Rio Branco/AC, Boa Vista/RR e Manaus/AM -, numa jornada de 10 dias e quase 15 mil quilômetros percorridos. Desde 2017 a artista vem compondo e produzindo músicas novas que serão lançadas ainda em 2020.

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