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Com patrocínio do Promic, o desfile coreográfico ‘Festival de Dança Convida à Vida’ promoverá encontro entre público e artistas; grupos de dança podem se inscrever

Após os dois últimos anos somente com atividades pensadas para o espaço virtual, por conta da pandemia, o Festival de Dança de Londrina está de volta, marcando sua 18ª edição. Para celebrar o retorno presencial e servir como uma espécie de ‘chamada’ ao público, o Festival irá promover um Cortejo Festivo, intitulado “Festival de Dança Convida à Vida”.

O evento será realizado no sábado, dia 13 de agosto, e as negociações para definir o local e horário já estão em andamento. As inscrições para grupos de dança de Londrina e região que queiram se apresentar em uma ala do desfile estão abertas, e podem ser feitas até 24 de julho por meio desta ficha cadastral: https://festivaldedancadelondrina.art.br/. Os grupos receberão cachê para se preparar para o evento.

O Cortejo é uma realização da Associação dos Profissionais de Dança de Londrina (APD), com patrocínio da Prefeitura por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic) para o Festival de Dança. A expectativa é reunir grupos de dança de expressões diversas, e incentivar a participação, tanto da população em geral, como de artistas já estabelecidos na cidade e demais instituições que trabalham com as linguagens artísticas do movimento.

O secretário municipal de Cultura em exercício, Valdir Grandini, destacou a satisfação da pasta em poder patrocinar, por meio do Promic, esse retorno dos festivais da cidade. “Nós temos uma produção cultural muito forte, e nossos festivais são momentos de troca, em que os artistas de Londrina e de outros polos se encontram, mostrando seus trabalhos, se conhecendo, e enriquecendo seus repertórios”, afirmou.

Grandini ressaltou também a importância do Cortejo como uma forma de permitir que a cultura seja levada a todos os públicos. “O momento do cortejo é privilegiado, porque toda a população pode ver isso. É um momento muito lindo e muito rico para a cidade como um todo”, avaliou. “Tem uma riqueza de expressão, de leitura de mundo, de pedagogias, de conhecimento humano vinculado às várias linguagens artísticas, que estão intrínsecas nisso”, completou.

 “A Secretaria Municipal de Cultura, como patrocinadora e organizadora de vários desses processos que visam levar cultura para todo cidadão, só pode ficar feliz com isso, pois é parte daquilo que chamamos de cultura como política pública, estar à disposição da população”, concluiu Grandini.

Em outras edições, o Festival já havia promovido intervenções de rua que incentivaram o encontro e a participação da comunidade em espaços públicos, porém, de acordo com o idealizador do cortejo e curador do evento, Renato Forin Jr., o desfile será uma versão mais estruturada dessa integração festiva. “Serão organizadas alas para cada grupo artístico, com alegorias e coreografias itinerantes, todas conduzidas pela banda musical do cortejo”, disse.

“Nosso cadastro é bem amplo, podem se inscrever coletivos, escolas e entidades”, explicou o idealizador. Após o período de inscrições, serão selecionados 12 grupos para participar do cortejo. De acordo com Forin Jr., a seleção levará em conta o histórico da atuação artística dos grupos na cidade, a representatividade da linguagem trazida pelo grupo e o número de integrantes. “Buscamos trazer uma seleção bastante eclética, justamente para incentivar a interação de diferentes estilos de dança e movimento com o público”, explicou.

Além disso, o idealizador contou que as inscrições ajudarão a formar um banco de dados com as informações dos diversos grupos, o que poderá facilitar a participação em outros eventos. Cada grupo selecionado receberá cachê de R$ 3 mil para a organização da ala e custos de produção, além de ter acesso a uma oficina de estandartes para orientar a feitura de peças exibidas no desfile.

A organização do Cortejo está compondo uma canção para abrir o desfile, que será apresentada por uma banda da cidade. “O tema da música é justamente essa ideia de celebrar o retorno presencial”, revelou Forin Jr. Ele contou que cada grupo irá compor uma coreografia que se encaixe na canção, correspondendo aos seus respectivos estilos, e que, após essa introdução mais formal, a ideia é que o público também se junte à festa, aproveitando a dança.

Segundo a coordenadora geral e curadora do Festival, Danieli Pereira, o cortejo será uma festa de reencontro de profissionais das artes cênicas, da dança, das artes circenses e de demais atividades que expressam a arte por meio do movimento, com o público. “Esse é um momento muito aguardado, porque jamais imaginamos que passaríamos anos sem poder realizar o Festival”, revelou Pereira.

Interação e espaços públicos

A coordenadora destacou que a atividade dos artistas durante a pandemia enfrentou grandes dificuldades. “O ambiente virtual nunca foi o nosso lugar de acontecimento. Não foi um período fácil”, contou. Ela lembrou que, uma vez que o encontro e a expressão física são fundamentais para as artes ligadas ao movimento, os artistas optaram por não realizar o Festival em si durante a pandemia. A última edição foi em 2019.

“Tivemos oficinas e atividades de extensão pensadas especialmente para o ambiente virtual, durante a pandemia. As redes sociais foram importantes na divulgação e para nos comunicarmos com outros artistas, mas sempre estivemos na espera pelo retorno ao presencial”, ressaltou Pereira.

A coordenadora contou como eram essas interações em edições anteriores do Festival, antes da pandemia. “A participação do público é algo muito satisfatório”, apontou. “Pessoas que às vezes nem sabiam sobre os eventos com antecedência, ou que estavam passando por essas apresentações e intervenções de rua, acabavam se envolvendo”, relembrou.

A ocupação de espaços públicos por meio da expressão artística é um dos grandes motes do Festival. “Buscamos também interagir com a vida desses espaços e aproveitar as oportunidades que eles oferecem para nós. É uma satisfação poder devolver esses espaços aos artistas”, afirmou. Para ela, ver apresentações nesses espaços também contribui para fomentar a atividade artística em Londrina.

Pereira destacou, ainda, que o retorno do Festival não movimenta somente a dança, mas também contribui financeiramente para a cidade. “É importante para movimentar a economia criativa, sem contar a geração de empregos temporários para organizar o Festival, a hospedagem dos artistas que vêm de fora, alimentação e deslocamentos”, exemplificou.

Outro ponto frisado por ela é que, nas edições anteriores, sempre houve um mínimo de dez grupos de artistas de outras regiões do Brasil, e até internacionais, que vêm para o Festival. “A média tem sido mais ou menos de vinte companhias”, contou, o que demonstra a importância também econômica do retorno do Festival.

As apresentações e atividades do Festival de Dança em si estão marcadas para ocorrer entre os dias 7 e 16 de outubro de 2022, retomando a tradicional programação do Festival, que sempre ocorreu no décimo mês do ano. As inscrições para as oficinas e demais atividades pedagógicas do Festival deverão ser abertas nos meses de agosto e setembro.

Débora Mantovani/NCPML

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