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O espetáculo conta a história de Mavi, menina inventora de palavras, braços e mãos tagarelas, dona de cabelos enormes, interpretada pela atriz Amarilis Irani.

Você já pensou no cabelo como uma árvore? Na raiz: é onde tudo começa; os caules são cutículas, os galhos alimentam os fios; e deles brotam diferentes folhas que dizem sobre quem somos, de onde viemos, nossa ancestralidade. Em “Emaranhada”, a atriz Amarilis Irani retorna às origens e convida o público a emaranhar-se num universo de aventuras, enfrentamentos e descobertas. Depois de ser assistido por mais de 3 mil espectadores, entre exibições on-line em 2021 e de forma presencial em 2022, o espetáculo segue para Londrina para sua ESTREIA no FILO.

A atriz, que se formou pela UEL e morou na cidade de Londrina entre 2013 e 2017, quer fazer das apresentações no FILO (dias 22 e 23 de junho) algo inesquecível para a o público local – vale dizer que parte da equipe tem história com a cidade: o autor e a diretora musical da peça são da cidade, além da narradora Silvia Borba estar radicada na cidade. A estreia em Londrina acontecerá no SESC Caldeirão Cultural às 19h e terá tradução em LIBRAS.

 “Londrina e o FILO se misturam na construção da minha trajetória. Nessa cidade eu me formei em Teatro. No Festival, acompanhei diversas edições, assistindo as inúmeras peças e, também, trabalhava nos bastidores. Hoje trago a estreia do meu espetáculo solo na programação oficial e de retomada do FILO. Estou muito animada de poder não só me apresentar como também de reunir, pela primeira vez, toda equipe de criação, pois grande parte é da cidade. Fora o privilégio de reencontrar colegas, professores... E de forma inédita, como atriz, olhar do palco o público do FILO. Não vejo a hora de ouvir o terceiro sinal! ”, diz Amarilis.

 “Emaranhada” é o primeiro espetáculo solo da atriz e conta com texto autoral de Luan Valero, dramaturgo da cidade de Londrina. A direção coube ao premiado ator e mímico Marcio Moura (Prêmio Zilka Sallaberry de Teatro Infantil 2018 e indicado aos Prêmios FEMSA e São Paulo 2017) que enxerga o espetáculo como um manifesto: “escolher o universo dos cabelos para falar de forma tão sutil sobre empoderamento feminino, racismo, aceitação, medos e vitórias, tudo através dos ‘cabelos emaranhados’ que envolvem o universo da personagem Mavi”, discorre.   

A obra traz em seu argumento a história da heroína criança e negra, Mavi: menina inventora de palavras que redescobre sua força nos cabelos. Seu emaranhado vessero, ‘cabelo na língua da menina’, é o inusitado protagonista e, também, seu companheiro de aventuras. O espetáculo dá vida à novas narrativas, que trazem diferentes e inusitados cabelos para trançar essa saga de empoderamento feminino. “É um texto de muitas rimas e melodias que estão mescladas, numa tentativa de trabalhar a sonoridade e o ritmo que é muito pulsante nessa personagem. Tudo isso de uma maneira fantasiosa, talvez até fabular, que nós escolhemos para contar essa história e emaranhar o máximo de pessoas possíveis”, diz o dramaturgo Luan Valero (Troféu Gralha Azul 2011).

Existem vários cabelos em cena e o Visagismo do Cleber de Oliveira (Prêmios Zilka Salaberry/ 2018, CBTIJ/ 2017, AVON/ 2013 e indicado ao Prêmio São Paulo/ 2017) é o elemento principal do espetáculo onde brota um ‘duplo protagonismo’: um, a própria atriz Amarilis Irani, e o outro, o cabelo. “O Visagismo completa as transições da personagem no que se refere às surpreendentes trocas rápidas de cabelo. É uma expertise da técnica de ‘quick change’, mas trocando literalmente e para o que nomeamos como ‘quick hair’, ou seja, cabelo rápido”, explica Cleber. Através de suas várias fases, o cabelo nos faz sentir os estados da personagem. Além de mostrar todas as sensações, desejos, frustrações e inquietações da personagem.

A atriz e também idealizadora do projeto, trabalha temas que busquem valorizar as raízes ancestrais presentes em nossa cabeça. Dessa forma, quer abarcar de forma potencial as crianças e toda juventude preta, para que se sintam representadas, através da personagem Mavi e dos seus Cabelos, ou melhor, vesseros. “É fato, quando uma criança se empodera ela se multiplica e sai carregando outras tantas crianças. Isso é essencial. Isso é emaranhar!”, diz a atriz. Por meio de ‘suas raízes’, Amarilis conduz o espetáculo trabalhando questões para potencializar o caminho da ACEITAÇÃO.

Emaranhada é um espetáculo extremamente físico e imagético. O desempenho da atriz e sua expertise na Perna de Pau fortalecem o arquétipo da personagem, desenham a espacialidade e recriam universos, onde ações contam histórias junto da personagem. “Pantomimas são pontuadas por uma trilha autêntica através de vozes e sons do imaginário lúdico infantil realizados como se as crianças estivessem ‘pensando o som’ que aquele gesto sugere”, diz Natália Lepri, outra profissional Londrinense e responsável pela Trilha Sonora Original que aguça os sentidos do público de todas as idades. O espetáculo também traz a grata e impactante VOZ da cantora Silvia Borba, radicada em Londrina, presente na personagem da avó de Mavi. A Iluminação de Marcos Billé é parte narrativa da história, desenhando personagens, universos mágicos e colorindo adereços de cena. Foram feitas instalações da luz no cenário e emaranhada nos próprios cabelos da personagem.

A cenografia e o figurino criados por Raquel Theo vêm com a proposta de criar uma floresta feita de cabelo. Temos em cena: cachos, nós, tranças, fios e penduricalhos. O principal elemento do cenário é uma árvore enorme recriada como uma grande cabeleira. A cenografia faz uma mistura com vários elementos biodegradáveis e naturais. Fibra, sisal, bambu, cortiça... “Utilizamos muita malha de algodão e fios de juta que dão essa sensação de envelhecimento, de barba de velho. Recriando um bioma natural onde vida e personagem se fundem. Nessa metamorfose, Mavi é um ponto de luz, uma heroína guerreira que cresce e amadurece junto com o figurino”, diz Raquel.

Sinopse

Você já pensou no cabelo como uma árvore? Na RAIZ: é onde tudo começa! O espetáculo “EMARANHADA” brota no palco valorizando as raízes ancestrais presentes em nossa cabeça. Nesta história, a atriz Amarilis Irani retorna às suas origens e traz ao teatro uma HEROÍNA NEGRA. A pequena-grande MAVI, menina inventora de palavras, braços e mãos tagarelas, dona de uma cabeleira enorme. Mavi cria suas aventuras, às vezes, solitárias outras recheadas de amigos: raízes, tranças, panos, árvores e animais. Numa fascinante saga de EMPODERAMENTO FEMININO à personagem faz dos CABELOS o caminho para encontrar aceitação. Emaranhando a força, a beleza e a poesia da REPRESENTATIVIDADE NEGRA, com raízes que se espalham do olhar do palco ao dos espectadores.

Alexandre Aquino/Asimp

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