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O antigo Circo Funcart já foi desmontado para dar lugar a um teatro moderno de contêineres. Um ensaio aberto da nova coreografia da Companhia Ballet de Londrina, “Uma Oração Pelo Fim do Mundo”, apresentará a proposta, que conta com a colaboração da comunidade para sair do papel.

O Teatro Circo Funcart tal qual o conhecemos até hoje, com sua lona estendida às margens do Lago Igapó, permanecerá no imaginário do público, que acompanha os quase 25 anos de trabalho da Fundação Cultura Artística de Londrina (Funcart). Porém, chegou a hora de uma das principais salas de espetáculos da cidade ganhar uma repaginada geral com um novo teatro de contêineres.

Para que o projeto orçado em R$ 200 mil se torne realidade, Londrina está sendo convidada a colaborar, através de uma ação entre amigos. A última apresentação no palco do antigo circo será um ensaio aberto da coreografia “Uma Oração Pelo Fim do Mundo” nesta quinta-feira (25), às 10 horas. A encenação vai ser apenas para a imprensa e poucos convidados, oportunidade em que o diretor, Leonardo Ramos, dará entrevistas para detalhar o projeto.

“O novo teatro abrirá as portas para a comunidade. O objetivo é termos um espaço com quatro paredes de contêineres, mas que, do lado de fora tenhamos um gazebo, uma academia ao ar livre, se conseguirmos patrocínio para isso, e até parede de escala. Queremos que não seja fechado apenas para o nosso púbico, mas que se torne um espaço de convivência da comunidade”, afirma Ramos.

A proposta traz o conceito de arquitetura sustentável, moderna, criativa e de alternativa construtiva. A previsão é de que a sala tenha capacidade para 200 pessoas e que esteja pronta para acolher o Festival de Dança de Londrina, em outubro.

O projeto de desmontar o circo antigo e construir o teatro de contêineres é ousado. A ideia surgiu em reuniões com diversas secretarias da Prefeitura como a de Cultura, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL) e o Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (0CAS - UEL), que atende com serviços urbano-arquitetônico.

No final do ano passado, a Funcart realizou uma ação entre amigos de uma moto Honda CG 125iFAN, doada por um empresário, para ajudar na reforma do circo, atendendo às adequações exigidas pelo Corpo de Bombeiros, sem o que seria iminente o fechamento da casa.

A ganhadora do sorteio doou o prêmio para a nova ação entre amigos (preço de R$ 10,00), que será sorteada dia primeiro de junho.

Até agora, a Funcart já tem R$ 73 mil para a realização do projeto e, o restante do orçamento, espera-se conseguir através da venda da ação. Para isso, conta com o apoio do mídia na divulgação e a colaboração da comunidade.

Última apresentação no Circo Funcart

O mundo perfeito é só um prólogo. Então, surge a humanidade. Os episódios seguintes conhecemos bem. Em “Uma Oração Pelo Fim do Mundo”, novo espetáculo da Companhia Ballet de Londrina, o coreógrafo Leonardo Ramos revela as suas inquietações na era da pós-verdade. O ensaio aberto quinta-feira (25), às 10 horas – apenas para a imprensa e alguns convidados – encerra a história de encenações no antigo circo.

Tudo já foi desmontado no espaço, restando apenas o palco. Um cenário caótico para o elenco de “Uma Oração Pelo fim do Mundo” dançar uma discussão sobre religiosidade, fé, salvação e liberdade. A classificação é de 16 anos de idade.

“A coreografia traz referências claras e fortes de Cristo e o Islamismo em cenas que são orações. Não é uma alusão. Não estão presentes de maneira estilizadas. Os bailarinos fazem uma verdadeira oração no palco”, afirma Ramos sobre o espetáculo, que pode despertar polêmicas.

O diretor conta que a encenação começa com um prólogo de um mundo perfeito. São criados o homem e a mulher. Surgem os sacrifícios, crucificações diárias de desejos e sonhos.

“O espetáculo reflete a minha preocupação. É o meu momento com o mundo de hoje, o meu olhar para este mundo”, ressalta Ramos, acrescentando que a coreografia toca em temas sensíveis como estupro, bullying, a subjugação da mulher e outros tipos de violência.

Ramos traz alguns elementos de outras montagens, como “Para Acordar os Homens e Adormecer as Crianças (2009), pinçando referências da trilha disponíveis gratuitamente na internet.

“Voltamos a algumas estruturas de espetáculos criados, desde 2001, como ‘Nunca’ e ‘Decalque’ até o caminho que estamos percorrendo hoje, abrindo mão da horizontalidade dos bailarinos, que dançam mais em pé. A ideia é que consigamos gerar nos bailarinos uma perspectiva emocional, que realmente desemboque na emoção”, explica o diretor, que imprime na coreografia um novo interesse pela pesquisa neuropsicológica. 

Duas novas bailarinas integram o elenco, selecionadas nas últimas audições, Talita Terra, de Campinas (SP), e Millena Semin, de Belo Horizonte (MG).

“O Ballet de Londrina sempre deu oportunidade para os profissionais formados pela Escola Municipal, mas bailarinos de fora colocam um DNA novo na companhia”, avalia Ramos.

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