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Um professor leciona para os que estão numa sala enquanto que os artistas ensinam para quem está fora dela e com a primeira pandemia mundial da Era da Internet durando longos dois anos, o fenômenode contenção acabou reforçando um aspecto interessante do isolamento social poucos fizeram novas amizades e sim, reforçaram com conhecidos o que já tínhamos, também promovendo um contato familiar mais íntimo e nunca antes experimentado.

Nas artes o prolongadolockdown atingiu em cheio as exposições presenciais em todos os espaços culturais, galerias e museus do planeta todo, reorientando os conteúdos estéticos para o mundo virtual e em Londrina isto não foi nada diferente.

Com o tema universal da amizade, Christian Steagall-Condé, um autor criativo de longa data com várias incursões culturais significativas na cidade desde os Anos 80, arregimentou jovens de Artes Visuais numa ação de capacitação de mão obra através de um coletivo ampliando as ações com um mesmo grupo de trabalho onde já haviam produzido conteúdos antes, resultando num material inédito em todo o mundo, em doze telas de mulheres londrinenses que são ótimas amigas entre si.

Toda e qualquer obra de arte é feita para ser vista, documentada, difundida no mundo cultural ao portar um determinado contexto histórico-social e por último mas não menos importante, ser consumida como um produto finalizado e vendável e é por essa razão que a obra artística só se completa “com a participação do espectador”, que recria novas dimensões dessa obra a partir do seu grau de compreensão da linguagem, do conteúdo e da expressão investigada pelo artista.

Uma característica importanteda atividadade e que o público em geral desconhece é que a denominada Economia Criativa movimenta só no Brasil o equivalente à 250 bilhões de reais ao ano em milhares de ações individuais e coletivas pulverizadas pelo país todo, criando riquezas tanto no econômico como no social,promovendogeração de renda, emprego, exportação, valor agregado e arrecadação de impostos, apesar da paralisação que atingiu de hotelarias à restaurantes, de cinemas à parques de diversões, de escolas à lojas.

Convocado por Steagall-Condé, o grupo londrinense participou dos bastidores deste “COLETIVOBFF:12MULHERES”finalizado emdoze telas grandesdestacandoeste grupo social exclusivamente formado por amigas de longas datas entre si mesmas.

Nas artes, quando qualquer pessoa é transposta para ser representada por um outro meio como foto, filme ou pintura, o registro obtido automaticamente se torna um “avatar” da realidade e no caso da pintura, nem sempre o realismo documental consegue encantar tanto quanto uma versão “original” da pessoa retratada, cabendo ao retratista a presença perceptível –intensa ou sutil- de sua marca pessoal, o chamado “estilo”.

Assim, a paleta cromática intensa e saturada deste ensaio social vem caracterizada com tons “brasis” no sentido de brasas mesmo, o tom quente intenso que não por mero acaso deu o nome de “Brasil” ao nosso país, literalmente dando o tom geral desteconjunto de obrascom estas belíssimas mulheres londrinenses.

Como curiosidade de bastidoruma das doze obras de artedeste coletivofoi requisitada por uma das mulheres retratadas em tela, cujo quadronão mais será exibido no Brasil massim, exportado que foi em definitivo para umaresidência particular do Texas (USA) e menos que um “desfalque da coleção”, a ausência da tela vendida é motivo de orgulho particular para o grupo de jovens que atuou nos bastidores.

A originalidade desta mostra impactante de grande formato vem também no lay-out da exposição(daí o “BFF”, de Best FriendsForever) com as mulheres agrupadas em faixas etárias de 30, 40 e 50 anos de idade formando uma esquadra, graças aos trabalhos invisíveis do “coletivo” com mais nove jovens artistas visuais que atuaram na pré-produção, sendo três make-upers, três fotógrafos e três produtoras, sendo que eventuais vendas destas geram royalties devidos para o coletivo beneficiando financeiramente toda esta equipe invisível dos bastidores, auto-financiando esta ação cultural privativa que não se utiliza de verbas públicas para a expansão e democratização das artes, numa verdadeira exceção às regras vigentes neste significativo setor da Economia Criativa.

Em paralelo, no ano passado alguns conhecidos do artista implicaram para que o londrinense ingressasse no Guiness Bookdevido à uma outra rara conquista,a sua longa exposição individual comduração record de 792 dias que teve palco no Espaço Cultural do Londrina Boulevard Shoppingsendo que após os trâmites burocráticos atendidos, seis meses depois da análise Steagall-Condé guarda com carinho na pasta de entrada de seus e-mailsa resposta por escrito diretamente dos escritórios da GuinessBrazil em SP,impossibilitados do registro da façanha local ¬pelo motivo de que esta categoria específica “ainda não exista indexada” nas paginas do famoso Anuário de Records Mundiais, portanto, conquista feita mas não homologada. Ainda.

A individual “COLETIVOBFF:12MULHERES” (agora com onze telas) segue em exposição por todo o mês de abril no Espaço Cultural CEDDO.

Yone Kotinda/Asimp

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