Festival Causo e Viola traz ao público a cultura caipira de espírito simples e raízes profundas
Além de shows com grandes artistas da música caipira, grupos de várias regiões do Brasil concorrem a prêmios de até 5 mil reais por suas novas composições
Com shows online e gratuitos das Irmãs Barbosa, da dupla Zé Mulato e Cassiano e também do violeiro Paulo Freire, o Festival Causo e Viola já é um dos destaques culturais para esse mês de novembro. Outro motivo para a expectativa do público é participação do contador de causos mineiro Marcelino Xibil e a tradicional mostra competitiva de compositores e grupos caipiras. Nessa edição, 20 grupos de diversos estados apresentam novas composições e concorrem a prêmios que vão até 5 mil reais. Os vídeos com as composições participantes já estão disponíveis ao público no site do festival e no Youtube.
O Festival Causo e Viola será realizado de forma totalmente online e gratuita entre os dias entre os dias 12 e 14 de novembro. Além disso, contará com oficinas gratuitas de canto e viola caipira a partir do dia 7 de novembro.
Na quinta-feira, dia 12 de novembro às 19h30, a palestra participativa do violeiro Paulo Freires sobre Inezita Barroso deve arrepiar o público participante. A homenagem a grande Inezita Barroso será realizada no aplicativo zoom. Para participar é necessário se inscrever gratuitamente pelo site do festival.
Zé Mulato & Cassiano, que realizam o show de abertura, são genuínos representantes desse grande Brasil caipira. Foto: Valéria Felix
A abertura oficial ocorre na sexta-feira, dia 13 de novembro, com um grande show da famosa dupla Mineira Zé Mulato e Cassiano. Quem abre essa noite, será o contador de causos mineiro Marcelino Xibil. O contador de causos é natural da pequena cidade de São Miguel do Anta, zona da mata mineira. Em seguida, 5 dos 10 finalistas do festival apresentarão suas composições. O encerramento da noite fica por conta de um grande show com a famosa dupla mineira Zé Mulato e Cassiano.
Por fim, a festa de encerramento e premiação será realizada no sábado dia 14 de novembro, também às 19h30, e contará com show das Irmãs Barbosa. O violeiro Paulo Freire fará a abertura da noite com seus causos e seus ponteados de viola. Em seguida, a apresentação dos outros 5 finalistas do festival e o anúncio dos vencedores dessa edição. Para valorizar a participação de todos os grupos e do público em mais um festival, as Irmãs Barbosa Edna e Dinah prometem animar o público no show de encerramento para celebrar a cultura caipira.
A seleção do festival conta com curadoria do pesquisador da música caipira Cléber Toffoli. Cleber também é produtor e apresentador do premiado programa de rádio Voz e Viola que está no ar há mais de 29 anos.
Para assistir às 20 composições finalistas, se inscrever nas oficinas e conferir a programação completa, basta acessar o site do festival em: www.causoeviola.com.br.
O Festival Causo & Viola conta com o apoio da COPEL e foi aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura – PROFICE, da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura, Governo do Estado do Paraná.
Um amor pela música cultivado desde a infância
O violeiro Paulo Freire conta sobre Inezita Barroso que começou a tocar viola aos sete anos de idade e ganhou o país com sua música e como apresentadora de TV. Foto: Valéria Felix.
Após ler o Grande Sertão do Guimarães Rosa, Paulo Freire decidiu que conhecer a música do sertão. Assim, foi definitivamente encantado por essa cultura de sabedoria popular. Mas, nessa edição, Paulo nos fala sobre a grande Inezita Barroso.
Inezita é sempre lembrada por ter apresentado, de 1980 até 2015, o programa de música caipira “Viola, Minha Viola” da TV Cultura. Mas, Inezita começou a cantar e tocar violão e viola desde pequena, com sete anos de idade. Algum tempo depois, a menina e sua paixão de infância acabariam encantando a todos com a viola, a voz contralto e os sotaques regionais que abrangiam muitas regiões do país. A partir daí, mais de 100 discos gravados, muitas participações na TV e no rádio. Hoje, é possível afirmar que Inezita carregou com grande respeito o espírito da música raiz de homens e mulheres simples de todo o Brasil.
A dulpa mineira Zé Mulato e Cassiano começou a tocar ainda cedo, hoje reside em Brasília e de lá difunde a cultura caipira em todo país. Foto: Valéria Felix.
Nascidos na cidade de Passabém, no interior de Minas Gerais, os irmãos Zé Mulato e Cassiano, por sua vez, cresceram também rodeados por música. Zé, por exemplo, começou a tocar a viola caipira aos 12 anos. Desde 1972, os dois trilham uma trajetória bem conhecida. Foram mais de 10 CDs gravados e muitas viagens por todo o país.
As Irmãs Barbosa hoje são consideradas um dos grandes exemplos da força feminina na música Caipira. Foto: Valéria Felix.
Assim como Inezita, Zé Mulato e Cassiano, Edna e Dinah também cultivam desde cedo o amor pelo campo e pelo canto. Foi ao ver o pai tocar sanfona que elas começaram a soltar a voz. A partir daí, não precisou muito para que o sr. Osvaldo, o pai, passasse a incentivar o talento das filhas. Foi assim, com muita luta e carisma que as irmãs construíram uma carreira com diversos cd´s gravados e muitas passagens pela televisão. Hoje, com quase 40 anos de estrada, são consideradas como uma das duplas mais afinadas e simpáticas do Brasil.
Oficinas gratuitas de canto e viola caipira
O festival contará também com oficinas gratuitas e online de canto e viola caipira. Foto: Valéria Felix
As oficinas serão realizadas pelo aplicativo zoom a partir do dia 7 de novembro. Abertas a pessoas de todas as idades e níveis de formação, a oficina é uma oportunidade para se aprofundar e conhecer outros artistas.
A oficina de canto será realizada por Juliana Satiko. Os participantes receberão muitas informações o funcionamento do aparelho vocal, dicas e exercícios criativos para aquecer e soltar a voz.
Já a oficina de Viola será ministrada pelo Maestro Edson Murari de Lima. Edson é reconhecido por seu trabalho junto à orquestra Londrinense de Viola Caipira São Domingos Sávio. Para participar da oficina o único pré-requisito é que cada participantes esteja com seu próprio instrumento.
Lucas Godoy/Asimp
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