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Teve início ontem, 28, a mostra de fotografia digital “Águas que correm pela cidade”. Ela é resultado da pesquisa do jornalista e fotógrafo londrinense Fagner Bruno de Souza e registra os fundos de vale de Londrina.

A mostra fotográfica apresenta cinquenta e três imagens em formato digital feitas durante a passagem do fotógrafo por nove fundos de vale espalhados pelo perímetro urbano de Londrina e pode ser acessada a partir do endereço eletrônico aguasdelondrina.art.br. O projeto é patrocinado pelo Promic – Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

A mostra tem como objetivo evidenciar a existência dos fundos de vale da cidade e explorar seu potencial estético e ambiental; valorizar esses espaços como componentes essenciais para a preservação do bem-estar e da saúde da população londrinense; reiterar sobre a importância de manter esses espaços naturais preservados e divulgar maneiras de coexistir com a natureza de forma sustentável. Este projeto serve também como registro histórico e da condição em que se encontram esses lugares.

O fotógrafo pesquisa sobre o tema desde 2017, quando entrou em contato com os fundos de vale da região sul da cidade, que acompanham o Córrego da Roseira e o Córrego São Lourenço. Este contato resultou em um material fotográfico que foi guardado pelo fotógrafo e posteriormente nesta mostra.

O que são fundos de vale e por que eles são importantes?

Os fundos de vale são aquelas áreas de mata ciliar, ou seja, áreas com vegetação no entorno de cursos d’água. Londrina é repleta dessas áreas. É possível encontrar fundos de vale em quase todas as regiões de Londrina, desde a região central até as áreas periféricas. Com isso, a nossa vivência urbana acontece em diálogo com os vales e assim construímos nossa cultura nos relacionando com estes espaços, inclusive preservando-os.

Detalhe do fundo de vale no entorno do Ribeirão Quati, nas imediações do Conjunto Mister Thomas na zona leste de Londrina

A existência destes espaços é extremamente importante para a manutenção de ambientes saudáveis. Eles garantem a regulação da temperatura, promovendo climas mais amenos, isto por causa da vegetação ripária e da água corrente presente nos fundos de vale. Além disso, quando são preservados, garantem melhor escoamento para as águas pluviais, evitando alagamentos, e ajudam na manutenção da biodiversidade, providenciando habitat à fauna, além de muitos outros benefícios. A população londrinense acostumou-se com a presença desses lugares e também a preserva-los.

Existem mais de oitenta cursos d'água correndo pela área urbana de Londrina. Eles fazem parte de um conjunto de sete bacias hidrográficas. 

Os fundos de vale são uma característica singular de nossa cidade. Muitos deles ainda resistem por conta de uma legislação que incentivou sua valorização, proteção e revitalização. Com isso, parte deles foram preservados em Londrina. A legislação em questão foi promulgada na década de 1950 (Lei municipal 133, de 07 de dezembro de 1951 - primeira lei de zoneamento urbano de Londrina), anterior ao Código Florestal, promulgado em 1965. Com o decorrer dos anos, outras medidas consolidaram a preservação de áreas verdes no entono dos cursos d'água em nossa cidade, principalmente a partir do final da década de 1990.

Detalhe das águas do Ribeirão Quati, nas imediações do Conjunto Mister Thomas na zona leste de Londrina

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