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O Grupo Manuí, que começou em Londrina e hoje está em São Paulo, apresenta um espetáculo que mistura teatro de sombras, vídeo-cenários e sonoplastia ao vivo, para contar o mito da criação da humanidade

Nhanderuvuçu, o Menino Trovão, do Grupo Manuí, conta o mito da criação do mundo na visão dos índios Guarani. Destaque na programação do 11º Encontro de Contadores de Histórias de Londrina (ECOH), o espetáculo chega à cidade em uma nova versão, um híbrido de teatro e cinema, com recursos especiais de luz, som e projeção de vídeos.

Nesta quarta-feira, 10 de agosto, serão realizadas duas sessões da história: às 15h e às 19h30, no Teatro AML, localizado na Rua Maestro Egídio Camargo do Amaral, 130, na frente da Concha Acústica.

Os ingressos são gratuitos e devem ser retirados a partir de uma hora antes do início da apresentação.

Segundo os organizadores, na sessão da tarde a procura é maior por conta do interesse de escolas, que levam turmas inteiras para o ECOH. Na sessão da noite é mais fácil conseguir lugares.

Trajetória do grupo

Formado pela atriz e narradora Tatiana Zalla e o músico Leandro Pfeifer, o Grupo Manuí já teve várias configurações e até outro nome.

Começou em Londrina há 20 anos, batizado de Cia. Duberrô, nos tempos em que Tatiana era aluna do curso de Artes Cênicas na UEL.

O casal se profissionalizou, continuou a carreira em São Paulo e, depois do nascimento de duas filhas, decidiu morar em Sorocaba, próximo à capital paulista, cidade onde poderiam contar com o apoio da família da atriz no cuidado com as crianças.

“Mudamos o nome do grupo logo que deixamos Londrina; estávamos muito envolvidos com a questões indígenas e decidimos trocar para Manuí. Mas Londrina é onde tudo começou, onde um grupo de pessoas se juntou para contar e cantar histórias, onde aprendemos muito”, lembra Tatiana.

Manuí é uma adaptação da palavra em Guarani, mainui, que significa beija-flor. O beija-flor, em algumas tradições, representa um ser mágico que faz a ponte entre o mundo visível e o invisível, como acontece na experiência de narrar histórias.

O espetáculo

Foi ainda em Londrina que os artistas conheceram o ambientalista e escritor indígena Kaká Werá, autor do livro A voz do Trovão, adaptado para o teatro no espetáculo Nhanderuvuçu, o Menino Trovão.

A montagem agrega outras expressões artísticas à arte da narrativa oral. Tem teatro de sombras, vídeo-cenários, sonoplastia e cantos indígenas entoados ao vivo. São parceiros neste projeto a sombrista e diretora de arte Urga Maira e o cineasta José Sampaio.

“Um dia estávamos numa aldeia e uma liderança Guarani me pediu para contar a história dela. Eu senti muito forte que tinha que fazer isso. Kaká Werá é um grande amigo”, comenta Tatiana.

Ao ser questionada sobre o papel do contador de histórias nos dias de hoje, Tatiana afirma o valor da narrativa oral como forma de salvar o imaginário.

“Eu acho que estamos resgatando uma importância ancestral. O contador de histórias sempre teve um papel muito importante para os povos originários e sociedades mais antigas, um valor que está sendo resgatado nesse momento como um espaço de quietude, um espaço de imaginação. Eu acho que com a presença das tecnologias todas, a narrativa oral se torna ainda mais importante. Como um lugar onde é possível acessar esse imaginário que não é algo que vem pronto, não é como uma imagem de um filme, de um videogame, de um desenho.”

Formação de narradores – Além das apresentações abertas ao público em geral nos teatros, bibliotecas e praças, o ECOH segue levando narradores a creches e escolas públicas, em todas as regiões da cidade.

As apresentações na rede municipal de ensino começaram na última segunda-feira (8), e seguem até o dia 19 de agosto.

No total, são 38 apresentações gratuitas, e a programação completa está no site eco.art.br

O ECOH também se propõe a ser um espaço de formação para artistas, educadores e outros interessados na arte da narrativa oral.

Entre 20 de agosto e 10 de setembro, estão programadas uma palestra e quatro oficinas on-line com pesquisadores, autores e contadores de grande reputação.

Serão tratados temas como educação antirracista, a importância do contador de histórias na atualidade, formas de comunicação lenta, como conversar histórias e o poder das palavras.

Os ingressos para acompanhar as atividades formativas online estão disponíveis na plataforma de eventos sympla.com.br.

Apoio

O 11° ECOH tem o apoio institucional da Copel – Companhia Paranaense de Energia e é um projeto aprovado pelo Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice), da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Governo do Estado do Paraná.

O projeto conta ainda com o apoio da Casa de Cultura da UEL – Universidade Estadual de Londrina, Espaço AML Cultural, Prefeitura Municipal de Londrina | Secretaria Municipal de Cultura, Sesc Paraná, Vila Cultural Alma Brasil, Vila Cultural Casa da Vila e Livraria Olga.

NCPML

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