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Exposição de Dolores Branco e Fernanda Magalhães dá continuidade à pesquisa realizada pela Secretaria de Cultura sobre artistas mulheres que possuem obras no acervo do Museu de Arte de Londrina

A Secretaria Municipal de Cultura de Londrina (SMC) está sediando a segunda exposição de parte das obras que compõem o acervo do Museu de Arte de Londrina (MAL). Formada por trabalhos de Dolores Branco e Fernanda Magalhães, a mostra é uma continuidade da pesquisa realizada pela SMC, sobre a presença de artistas mulheres que possuem obras de arte no acervo do MAL.

Aberta à visitação de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h, a exposição tem entrada gratuita e fica no local até 31 de outubro. Os interessados em conferir a iniciativa devem fazer o agendamento prévio de sua visita pelo telefone (43) 3371-6606 ou pelo e-mail museu@londrina.pr.gov.br. A Secretaria Municipal de Cultura fica na rua Maestro Egídio do Camargo Amaral, 110, em frente à Concha Acústica, e a exposição está montada nas paredes localizadas entre as rampas que ligam o piso térreo ao segundo andar do edifício. Duas das obras que integram o conjunto – as que estão expostas no fim da última rampa – possuem classificação etária de 12 anos, e os demais trabalhos têm classificação etária livre.

De acordo com o secretário municipal de Cultura, Bernardo Pellegrini, a exposição é uma forma de homenagear as artistas. “É uma grande alegria abrir o espaço da secretaria para duas artistas tão significativas das artes visuais e, ao mesmo tempo, disponibilizar as obras do acervo do MAL para que a população londrinense possa circular e conhecer um pouco do trabalho destas grandes criadoras”, destacou.

Ao todo, estão expostas oito obras, incluindo quatro gravuras de Dolores Branco, duas termografias de Fernanda Magalhães e mais duas fotografias digitais da série “A Natureza da Vida”, de Magalhães, que foram cedidas para compor a exposição junto aos outros trabalhos. Entre outros elementos, as obras retratam ruínas, patrimônios incendiados, palafitas e críticas ao controle patriarcal dos corpos femininos que são fotografados, colados, entalhados e impressos, propiciando diálogos e confrontos que nos revelam os embates das mulheres no mundo contemporâneo.

Conforme a artista Fernanda Magalhães, o campo das artes está dentro de um sistema heteropatriarcal e, portanto, reflete este contexto. “Por essa razão, as mulheres publicam menos, não estão nos acervos dos museus e contam com menos espaços em todas as áreas de atuação. Portanto, os desafios são maiores, para se colocar, ser ouvida e vista”, salientou. 

Sobre as artistas

Nascida em Santos (SP), em 1939, Dolores Branco é artista, pintora e gravurista. Iniciou na arte em 1968, tendo aulas de pintura com Hamilton Peixoto, e cursou desenho publicitário na Escola 28 de Julho, de São Caetano do Sul. A partir de 1977, recebeu orientação de Paulo Menten nas técnicas de xilogravura, gravura em metal, monotipia, desenho e pintura. Posteriormente, cursou modelagem em argila e esmaltação com Maria Scherlowski e encáustica com Yoshia Nakagawara. Residiu em São Caetano do Sul (SP) e Londrina, e hoje é radicada em Praia Grande (SP).

A artista, fotógrafa, performer, pesquisadora e professora Fernanda Magalhães nasceu em Londrina, em 1962. É pós-doutora pelo LUME – Unicamp (2016), tendo concluído o doutorado em Artes pela Unicamp, em 2008. Atuou como professora de Artes na Universidade Estadual de Londrina (UEL), de 1991 a 2020, e como fotógrafa especialista no Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss entre 1986 e 1997.

Foi coordenadora geral do FotoLink - Encontro Internacional da Imagem, realizado em Londrina, em 2010. Publicou os livros Corpo Re-Construção Ação Ritual Performance (2010) e A Estalagem das Almas (2006), em parceria com a escritora Karen Debértolis. Recebeu o VIII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia 1995 Minc/Funarte. Suas obras integram os acervos de instituições como a Maison Européenne de la Photographie, em Paris, França; o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; a Coleção Joaquim Paiva de Fotografia Contemporânea, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; e o Acervo do Projeto Armazém, em Florianópolis (SC).

Marcelo Cordero/NCPML

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