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O Censo da Educação Básica 2016, divulgado recentemente, revelou que alunos com deficiência têm encontrado barreiras para avançar nas etapas do sistema educacional, ainda que tenha havido esforços para a inclusão escolar.

O levantamento mostrou que a participação de estudantes com deficiência cai a cada estágio da educação. Nos anos iniciais do ensino fundamental, ou seja, do 1º ao 5º ano, 3% dos alunos têm alguma deficiência física e/ou intelectual. Nos anos finais, 2% e, no ensino médio, apenas 0,9%.

A falta de estrutura das instituições de ensino e a falta de preparo dos professores para lidar com as diferenças são, de fato, as grandes barreiras enfrentadas por esses alunos com necessidades educacionais especiais. São obstáculos já conhecidos, existentes não apenas em escolas públicas, como também em muitas escolas particulares do país.

Por mais que o tema tenha evoluído e a inclusão esteja cada vez mais presente nas casas de ensino, ainda está muito longe do ideal. Isso porque a verdadeira e definitiva inclusão acontecerá somente quando educadores e gestores escolares entenderem que não há uma receita pronta, e que há várias formas de se levar o aprendizado.

É fundamental respeitar a necessidade de cada um, pensar no aluno, no indivíduo como ser singular. E essa semente reflexiva deve ser plantada em toda a comunidade escolar, desde o porteiro, na entrada da instituição, até diretores e professores em sala de aula, de forma que eles ecoem para todos os estudantes. Todos precisam estar alinhados às necessidades de cada educando, respeitando o limite de cada um.

A inclusão total passa pela atenção plena à infraestrutura da escola, facilitando a mobilidade para receber alunos com dificuldades de locomoção, com instalação de salas no piso térreo, banheiros acessíveis, rampas que permitam o acesso do estudante em quaisquer áreas do colégio.

Se a questão for intelectual, é imprescindível que o professor realize um plano de aula diferenciado, com objetivos e estratégias personalizadas, utilizando recursos tecnológicos que estimulem e auxiliem o desenvolvimento cognitivo. Recursos visuais e auditivos são bons aliados nesse processo. O material didático pode ser o mesmo. Esse cuidado é essencial para que o aluno com necessidades educacionais especiais sinta-se totalmente integrado aos demais colegas, de forma que se atenda às necessidades e dificuldades de cada um.

Por fim, tão importante quanto infraestrutura e preparo do corpo docente é o trabalho de acolhimento de todos – professores, alunos e seus pais, gestores, diretores e funcionários – a cada uma das crianças e jovens que ali estão para aprender, independentemente de suas deficiências, diferenças e dificuldades. Afinal, a escola é responsável pela construção e disseminação do respeito mútuo, criando cidadãos conscientes e aptos para fazer desse um mundo melhor, através do que chamamos de pedagogia afetiva.

Tânia Medeiros é coordenadora pedagógica do Sistema Maxi de Ensino

#JornalUnião

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