Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Segundo pesquisa divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), feita com mais de 100 mil professores e diretores de instituições de ensino do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos), o Brasil é o líder do ranking quando o assunto é violência nas escolas.

No Brasil, 12,5% dos docentes afirmaram sofrer agressões verbais ou intimidações por parte dos alunos ao menos uma vez na semana. Tal índice é o mais alto entre os mais de 34 países pesquisados. Em um comparativo entre eles, a média mundial é de 3,4%.  Em segundo lugar nesse ranking aparece a Estônia, com 11%, e em terceiro a Austrália, com 9,7%. Já em países como a Coreia do Sul, Malásia e Romênia, o índice é zero.

Para a psicopedagoga, especialista em educação especial e em gestão escolar, Ana Regina Caminha Braga, os dados são de suma relevância para que possamos refletir como está sendo acompanhada a violência contra o professor e quais medidas são tomadas para o profissional ter condições físicas e psicológicas de continuar sua atuação docente. “As causas dessa violência podem ser diversas. Vemos casos, por exemplo, que são desde alunos com possíveis distúrbios até a falta de valorização do professor e sua atuação frente a sala de aula, o que é mais comum no Brasil. Esse quadro pode ser amenizado ou até mesmo revertido se tivermos um intenso trabalho dos núcleos da educação em conjunto com a comunidade e, obviamente, com as famílias dos alunos”, explica.

Falta de valorização = falta de motivação

Outro estudo internacional sobre professores, ensino e aprendizagem (Talis), mostra ainda que apenas 12,6% dos professores brasileiros dizem ser valorizados pela sociedade, muito abaixo da média mundial que é de 31%. “O impacto está diretamente ligado a motivação do professor em elaborar aulas dinâmicas com estratégias adequadas para cada turma ou que atenda as especificidades dos alunos ou da maioria. O reconhecimento em qualquer área faz com que o profissional se sinta parte de um grupo e esteja inserido na instituição em que trabalha”, detalha Ana Regina.

Para completar, a especialista acredita que analisando esses dados da educação em todo o mundo, fica cada vez mais evidente que mudanças são necessárias no Brasil. “Temos que mudar a visão do brasileiro com relação ao professor, que precisa ser mais valorizado e respeitado dentro e fora da sala de aula. A falta de incentivo aos profissionais tem interferido diretamente na qualidade das escolas brasileiras, e é isso que precisamos rever com urgência. Afinal, um país de sucesso começa nas salas de aula”, finaliza.

ASCOM/P+G

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.