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O Brasil figura entre os dez últimos colocados no ranking sobre o rendimento escolar divulgado no mês passado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo, feito com alunos de 64 países, aponta que mais de 1 milhão de estudantes brasileiros, por volta de 15 anos de idade, não possuem conhecimentos essenciais de matemática e ciências. Para desenvolver a pesquisa, foram analisados 2,7 milhões de estudantes brasileiros. Cerca de 70% dos alunos apresentam dificuldades em matemática básica, 50% em leitura e 55% em ciências.

Para Marcelo Santos, professor de Inglês do Stoodi - startup de educação à distância que oferece videoaulas, plano de estudos e monitorias transmitidas ao vivo - a escola é de extrema importância para transmitir às crianças conhecimento e também para aprender a conviver com o outro, já que é na escola que a criança socializa, que sai da sua “bolha”.

No entanto, para Santos a educação brasileira ainda precisa melhorar muito em termos acadêmicos. “Por exemplo, somos um dos poucos países que, mesmo tendo a língua estrangeira como disciplina obrigatória, possui escolas de inglês e espanhol em toda esquina, uma vez que ‘não se aprende um segundo idioma na escola’. A escola é ‘velha’, ‘chata’ e ‘antiquada’: uma mera obrigação para os jovens, cheia de formalidades e conteúdos vazios”, comenta.

O professor de Sociologia Braian Matilde explica que, para entender as razões de a maioria das escolas em todo o país replicarem este modelo engessado de ensino, precisamos lembrar da origem da escola.

“A escola neste formato surgiu dentro de uma lógica capitalista de formar mão de obra para o mercado de trabalho. O intuito inicial era o de reunir os filhos dos trabalhadores da indústria e fornecer o mínimo de conhecimento operacional necessário para que eles dessem continuidade ao ofício dos pais.

O histórico da escola no Brasil é repleto de oscilações e lutas contra esta lógica simplista, mas na prática ainda avançamos pouco. Em alguns outros países, o formato de escola está mudando completamente, partindo para uma formação fora da sala de aula, incentivando o contato com a vida, com a natureza. Essa proposta de formação mais ampla é um belo exemplo”, destaca.

O professor de Química, Igor Suga, também entende que a escola brasileira deveria ser reformulada, tornar-se mais flexível e dividir os conteúdos das disciplinas dentro de temas pertinentes à formação de um cidadão: economia doméstica, culinária, saúde e esporte, entre outros.

“É reconhecido que a carga de conteúdos no Brasil é bastante extensa. Isso é algo interessante, mas, por outro lado, gera uma série de superficialidades que dão uma falsa impressão de conhecimento aos alunos. Os professores muitas vezes precisam ‘ensinar’ conteúdos complexos e com poucas aplicações no cotidiano dos alunos e isso desmotiva o estudo”, observa.

ASCOM/SEVEN-PR

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