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Educação 15/10/2015  07h32

Desvelando a infância

Falar da criança é falar de “um ser intenso”, de “ser intenso”. Barulho, correria, alegria, entusiasmo, choro, grito, risada, enfim, muitos sentimentos em muito pouco tempo.

Incrível o poder dessas crianças! Seres tão frágeis e, ao mesmo tempo, tão fortes, capazes de se adaptar às mais diversas situações que os adultos lhes impõem. Capazes de ditar as regras, conforme suas vontades e desejos. Capazes de entrar na vida dos adultos e transformá-la, de modo que não se possa mais entendê-la sem a presença desses pequenos.

E é assim que tem que ser mesmo! Nós, adultos, somos os responsáveis por elas e precisamos garantir suas necessidades. Não falo aqui, apenas das necessidades básicas de sobrevivência, isso está mais do que claro. As necessidades de uma criança vão muito além.

Precisamos garantir o desenvolvimento físico e emocional saudáveis e, para tanto, é necessário que revisitemos nossas emoções também. Pais que não conseguem resolver conflitos com maturidade e inteligência emocional, tendem a gerar crianças frágeis emocionalmente. Pais que não percebem e não entendem os limites sociais, não conseguem apontar e delimitar os limites para suas crianças, que acabam não desenvolvendo a tolerância necessária ao convívio com o outro, nem mesmo a resiliência para os mais diferentes obstáculos que a vida possa apresentar.

Nesse contexto, a escola se apresenta como um espaço dinâmico e dinamizador do desenvolvimento pessoal e interpessoal. Devido à vida atribulada dos pais, em geral, o tempo para conviver e brincar, reservado às crianças, está concentrado na escola. É lá que elas aprendem muitas das principais lições para a vida. Brincando com os amigos, aprendem a entender as relações sociais e a cultura em que estão inseridas. Exercitam e se apropriam por meio dos jogos simbólicos, das regras sociais. O brincar promove o desenvolvimento psíquico da criança, pois interfere na constituição da sua identidade, na ampliação da sua autonomia e na percepção do outro como parte essencial da sua vida. Gera ainda muitas possibilidades para desenvolver a atenção, a imitação, a imaginação, a memória e a criação.

Entretanto, a infância é mais do que o tempo de brincar e se desenvolver emocionalmente. É também o tempo da produção de conhecimentos, de aprender a se posicionar perante os outros e no mundo. As pequenas ideias, a ingenuidade e a pureza serão lapidadas para dar abertura à vontade de crescer, de mudar as coisas ao seu redor, de assumir seu papel como cidadão. Está em nossas mãos, pais e educadores, possibilitar e participar, impulsionar e apoiar.

Mas tudo passa pela presença. Pais e educadores precisam ser presença significativa na vida dos pequenos. É preciso estar próximo, fazendo parte de suas conquistas e descobertas, valorizando e alimentando a curiosidade, a alegria e a confiança. Ser presença não é apenas estar de “corpo presente”, mas também saber ouvir atentamente as histórias mirabolantes e os anseios infantis. É, antes de mais nada, ser exemplo.

Josiane Miara, coordenadora do período ampliado do Colégio Marista Santa Maria, da Rede de Colégios do Grupo Marista

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