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Londrina será a primeira cidade do Brasil a receber o projeto, que prevê a capacitação de alunos, professores e profissionais em Tecnologia da Informação e habilidades demandadas pela Indústria 4.0

Ontem (7), o prefeito Marcelo Belinati recebeu a visita do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, para lançamento do projeto “Letramento Digital”, uma capacitação para alunos, professores e profissionais na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) e habilidades demandadas pela Indústria 4.0. O ministro esteve na Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico junto à secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes.

Com o lançamento, Londrina passa a ser a primeira cidade do Brasil a receber o projeto piloto, que funcionará dentro do programa “MCTI Futuro: Futuro do Trabalho, Trabalho do Futuro”, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. O objetivo é capacitar alunos do Ensino Fundamental I, Médio, Técnico e Superior, além dos professores e profissionais para pensar e desenvolver soluções digitais aos negócios e profissões do futuro.

Para tanto, o projeto prevê um investimento de R$ 2 milhões, advindos do Governo Federal, para o ensino de habilidades nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (STEAM). Além disso, os participantes aprenderão os conhecimentos básicos das áreas de transformação digital e inovação, utilizados nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Ao todo, esse piloto deve atingir mais de 2.000 pessoas de Londrina e não terá custos aos cofres públicos municipais.

Foto: Vivian Honorato

Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, Londrina foi a escolhida pelo Governo Federal devido seu ecossistema de informação, que vem se fortalecendo com o passar dos anos, e pelo número de empresas e startups na área de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), assim como pela integração das escolas, colégios e instituições de ensino superior buscando a melhoria da qualidade do ensino. “Londrina é um polo de inovação e tem visibilidade, então nada melhor do que iniciarmos o projeto onde temos a chance de fazê-lo dar certo. É importante ressaltar que o Letramento Digital é uma parceria público-privado, por isso viemos a Londrina, em uma escola pública de referência, para levar a perspectiva do ensino de ciências e tecnologia para as novas gerações. É um trabalho centrado nos estudantes, que estão no início de sua formação para o trabalho, e que visa o amanhã, com a função fundamental de preparar os jovens para algo que está batendo a nossa porta, que são as tecnologias de informação e comunicação”, disse o ministro.

Foto: Vivian Honorato

Durante o lançamento, o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, agradeceu ao ministro pela iniciativa e explicou que, hoje, 10% de todas as riquezas geradas no Município estão vinculadas à área de Tecnologia e Informação. “O Brasil tem mais de 5 mil cidades e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações escolheu Londrina para lançar esse programa nacional de Letramento Digital. Nós somos referência na área de Tecnologia da Informação; temos uma legislação avançada que estimula a abertura de empresas de TICs; temos mais de 2 mil startups na área de tecnologia; lançamos da Cidade Tecnológica e temos a maior empresa de tecnologia do mundo, que é uma multinacional indiana, a TCS, além da multinacional francesa chamada Atos. Esse projeto é importante para prepararmos nossos jovens, para a demanda que a cidade e a região têm”, apontou Marcelo Belinati.

Como funcionará

O Letramento Digital utilizará uma metodologia ativa, que engloba o ensino multimeios, cultura maker, recursos educacionais, aprendizagem criativa e contribuições do construtivismo focada nas habilidades demandadas pela Indústria 4.0. Ela estimula competências técnicas e comportamentais, sendo que a primeira engloba o ensino do pensamento computacional, algoritmos e estruturas de dados, fundamentos de programação; linguagens de programação, robótica e prototipagem, e educação 4.0. Já as comportamentais dão ênfase para as competências profissionais 4.0, relacionamento interpessoal e de trabalho em equipe; resolução de problemas; criatividade, inovação; noções de projeto e estratégias pedagógicas.

Inicialmente os trabalhos começarão pela formação de 120 multiplicadores de conhecimento, devendo 100 deles serem estudantes do ensino médio, técnico e superior e os outros 20 profissionais e professores.

O curso para esses 120 multiplicadores deverá iniciar entre o final de agosto e início de setembro, contendo 190 horas de aulas práticas focadas na preparação para o mercado de trabalho.

Já a segunda etapa está prevista para começar em outubro deste ano, sendo que o projeto prevê a formação de 2.000 estudantes dos 4º e 5º anos do ensino fundamental da rede pública municipal. Estes receberão cursos de até 90 horas. “Já temos uma experiência e uma parceria com o Instituto Federal do Paraná e com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná para os alunos servirem como monitores, porque a ideia é que a gente consiga replicar esse modelo com a metodologia de letramento digital e que a gente consiga chegar a todas as escolas municipais e aos municípios vizinhos para que todos tenham essa oportunidade”, explicou a secretária de Educação de Londrina, Maria Tereza Paschoal de Moraes.

Todos os alunos receberão gratuitamente um Kit, contendo uma placa chamada Micro:bit e um livro. A placa permite o desenvolvimento de uma série de aplicações maker, ou seja, pode ser utilizada para fazer uma automação residencial, para aplicações dentro de sala de aula e para as necessidades profissionais. Junto à placa vem um livro didático, com as informações lúdicas adaptados às crianças, nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.

A instituição responsável pelos cursos será a Facti, que é uma Instituição Científica e Tecnológica, competente para realizar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e especializada em Serviços 4.0, especialmente de Análise e Monitoramento de Dados, Internet das Coisas, Saúde, Segurança da Informação e Varejo. Além da Facti, a iniciativa tem apoio da Positivo Tecnologia, por meio do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação, que atua com negócios voltados à educação.

De acordo com o gerente de Governança e Compliance da Facti e coordenador-geral do projeto Letramento Digital, José Augusto de Lima Prestes, o propósito de promover o letramento digital é permitir que as pessoas possam compreender as tecnologias no seu conceito e utilizar e extrair o maior valor possível disso, para as aplicações no dia a dia e nas suas profissões. “Isso se dará em cursos segmentados de acordo com o perfil de cada um. Algumas das disciplinas envolverão lógica de programação, conhecimento de linguagem específica, como python e Javascript, competências comportamentais relacionadas à análise crítica e o que é demandado pela indústria 4.0. Não serão cursos teóricos, porque o principal propósito é a solução de questões práticas do cotidiano”, elucidou Prestes.

Durante a solenidade de lançamento do projeto, a diretora da unidade escolar, Thatiane Verni Lopes de Araújo, comemorou a ação. “Esse é um momento muito importante para a educação pública e a educação básica, porque teremos acesso a um material de alta qualidade, que vai estar inserido no processo de iniciação científica dos nossos jovens. É uma honra ver o trabalho que tem vindo da dedicação de muitas mãos, que estão aqui neste momento”, comentou a diretora.

Outros projetos

Na Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico (situada à Av. Máximo Péres García, 540) já são executados outros dois projetos de iniciação científica. São eles:  o “WASH – Workshop Aficionados em Software e Hardware” e o Makerspace, que recebem incentivo do programa “Garotas STEM: Formando Futuras Cientistas”, promovido pelo British Council em parceria com a Fundação Carlos Chagas. Além disso, em março de 2022, a escola inaugurou o Espaço 4.0, que é um laboratório de tecnologia e de produção criativa executado pela Prefeitura de Londrina em parceria com a Secretaria Nacional da Juventude (SNJ).

Além das autoridades já mencionadas estiveram presentes o secretário nacional de Empreendedorismo e Inovações do MCTI, José Gontijo; o diretor de pesquisa e desenvolvimento e relações governamentais da Positivo, José Goutier Rodrigues; o chefe de gabinete da Prefeitura de Londrina, Moacyr Sgarioni; o presidente da Companhia de Tecnologia e Desenvolvimento (CTD), Luciano Kuhl, entre outros.

NCPML

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